Durante sua visita ao Show Rural de Inverno, em Cascavel, o secretário de Estado da Agricultura, Natalino Avanci de Souza falou sobre a preocupação do setor com as questões sanitárias em razão das invasões de terras na região de fronteira. Algumas propriedades tiveram áreas ocupadas por indígenas, e com a suspeita da vinda, inclusive, de pessoas de outros países, que agregam ao movimento.
“A Seab entende esse movimento com o mesmo desconforto que sentem os Sindicatos e os produtores da região. A gente precisa respeitar o quadro. Não questionamos se indígenas tem direito ou não, mas temos uma leitura de que a atribuição constitucional neste caso é do Governo Federal. Ao Governo do Estado cabe respeitar. Sabemos do risco e temos monitorado a situação, mantendo uma aproximação das nossas instituições do sistema estadual de agricultura, com a federação, com os seus sindicatos no sentido de acompanhar. Se percebermos algo que comprometa as produções, vamos acionar a Secretaria de Segurança Pública para fazer intervenção de imediato. Ainda não se fez necessário. Fica o desconforto das entidades, dos donos das propriedades ao entender que o que está em risco é um patrimônio do Paraná, que é o status sanitário que conquistamos ao longo de muito trabalho, muita luta e recurso colocado”, explica o secretário.
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Natalino Avanci de Souza participou de uma reunião convocada pelo governador Ratinho Jùnior, com o Ministro do Desenvolvimento Agrário, ocasião em que o Estado fez o relato e pediu o empenho para que a situação não saia do controle.
O Paraná é um estado exportador e por isso precisa reforçar o cuidado. “Existem níveis de sanidade respeitadas pela comunidade internacional. Para o bovino, livre de febre aftosa sem vacinação. No suíno, livre de peste suína clássica. Para manter isso tem que ter controle de trânsito de animais, e isso requer um serviço especializado de inspeção sanitária. O do Paraná é reconhecido mundialmente e por isso exportamos para 170 países. É isso que a gente não quer colocar em jogo. Quando não tem controle de fronteira e esses animais que não tem esse status sanitário começam a entrar no Paraná, coloca em risco nossas granjas e o status que o Paraná conquistou”, enfatiza o secretário.
A vinda de animais fora dos padrões do status sanitário do Estado pode comprometer o acesso aos mercados internacionais de suínos, bovinos e avicultores. É um momento delicado.
“Fiz questão de vir à Cascavel para falar sobre esse tema para que os produtores entendam que estamos cientes e atentos sobre este fato”, reforça Natalino.