Na gestão de uma propriedade leiteira, entender a diferença entre custo fixo e custo variável é fundamental para um planejamento financeiro eficiente, pois eles vão impactar cada um de uma forma diferente no custo de produção e consequentemente no resultado de caixa da fazenda no final do mês.
Nesse texto iremos discutir sobre as diferenças entre os custos fixos e custos variáveis dentro de uma fazenda leiteira, evidenciando o que compões cada um deles e como eles podem impactar para uma gestão eficiente de uma propriedade.
Como definir cada um deles?
Os custos fixos são aqueles que permanecem constantes independentemente do volume de produção, ou seja, não possuem uma correlação direta e nem significa que eles se mantêm constantes todos os meses, eles apenas não mudam com a variação da produção.
Por exemplo, se o leite aumenta, pouco importa o quanto irei gastar com material de escritório. Eles ocorrem regularmente, não importa se a fazenda está produzindo muito ou pouco leite. Esses custos são essenciais para manter as operações da fazenda, independentemente da produção atual.
Os custos fixos podem alterar quando há uma alteração no patamar de produção, como por exemplo se eu dobro minha produção de leite ou o número de animais, pode ser que seja necessário trabalhar com um número maior de funcionários, por exemplo.
Já os custos variáveis são diretamente proporcionais ao volume de produção da fazenda. Eles aumentam ou diminuem conforme a quantidade de leite produzida muda, o que erroneamente pode ser confundido por muitas pessoas, ao imaginar que esse tipo de custo é aquele que varia no mês a mês. Ou seja, quando há um aumento ou diminuição de produção, o custo variável altera.
As oscilações dos custos variáveis podem estar relacionadas ao volume de leite ou número de animais.
Quais são os exemplos mais claros de explicar tal diferença?
Os exemplos mais claros de custos fixos são:
- Mão de obra: se eu tenho 200 vacas em lactação e aumentar para 220 ou reduzir para 180, a mão de obra será a mesma, ou seja, dificilmente terá oscilação de funcionários para atender uma demanda um pouco maior ou menor do número de animais;
- Material de escritório;
- Arrendo da terra;
- Impostos fixos;
- Despesas administrativas (como contador e seguros);
- Manutenção de máquinas, equipamentos e benfeitorias.
São aqueles gastos que “faça chuva ou faça sol” vão estar no custo de produção da propriedade sem grandes alterações no seu valor.
Já os custos variáveis são compostos principalmente por:
- Alimentação dos animais: aumentando o número das vacas ou aumentando a média de produção por vaca, existe uma tendência de aumento no consumo de alimentos e então o gasto absoluto em reais vai subir proporcionalmente ao aumento da produção.
- Despesas com sanidade (medicamentos e vacinas);
- Consumo de energia elétrica (para ordenha e refrigeração do leite).
Quais os impactos de cada um deles na gestão da fazenda?
Os custos fixos por não sofrerem variações no mês a mês, podem melhorar ou piorar a lucratividade da fazenda, pois se a propriedade aumentar a sua produção de leite esses custos vão continuar os mesmos, ocorrendo o efeito de diluição fazendo com que o peso no custo de produção do produto vai ser menor.
O contrário pode ocorrer caso a produção diminua, pois nesse caso os custos fixos vão ter um peso ainda maior no custo de produção do produto final, tendo em mente que eles não alteram conforme a produção muda.
É preciso ter atenção com os custos fixos já que mesmo em períodos de baixa produção ou de preço recebido pelo litro de leite for menor, esses custos continuam existindo, exigindo que a fazenda tenha um planejamento financeiro e orçamentário adequado, o que pode fazer com que esses desafios sejam estáveis e previsíveis, permitindo que os gestores planejem com antecedência e de forma estratégica.
Monitorar os custos fixos ajuda a identificar eficiências ou ineficiências operacionais e setores onde cortes de custos podem ser realizados.
Portanto, uma gestão eficiente dos custos fixos pode melhorar a rentabilidade da fazenda e reduzir esses gastos através do que chamamos de análise de rentabilidade, onde está incluso o cálculo do ponto de equilíbrio, ou seja, o nível de produção que que a receita cobre todos os custos.
Na gestão dos custos variáveis é essencial acompanhar o crescimento da produção e das vendas. Quanto mais se produz, maior é a quantidade de insumos necessários para a produção, então podem ocorrer sazonalidades onde flutuações na produção de leite afetam diretamente os custos variáveis, exigindo uma gestão flexível e preparada para se ajustar conforme necessário.
Os custos variáveis vão influenciar diretamente na margem de lucro por litro de leite da propriedade, então para otimizar a lucratividade, é essencial um planejamento econômico e de produção para monitorar e gerenciar esses custos conforme a produção e as condições de mercado mudam.
Conclusão
Na gestão de uma fazenda produtora de leite, equilibrar os custos fixos e variáveis é fundamental para garantir a sustentabilidade financeira.
Compreender a diferença entre eles é fundamental para uma gestão financeira eficaz, otimizando a operação e a tomada de decisões informadas sobre investimentos, eficiência operacional e estratégias de produção.
Essa compreensão permite que os produtores respondem de maneira mais eficiente às mudanças do mercado, mantenham a sustentabilidade, sucesso e lucratividade do sistema.
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