Nas últimas semanas, quem passa em frente aos armazéns das cooperativas, de longe avista a fila de caminhões que aguardam para descarregar. A safra de milho surpreendeu em algumas regiões. Metade do Oeste e toda a parte Sudoeste do Paraná registram números altamente positivos em relação à cultura. Foi muito além do esperado. “A expectativa que nós tínhamos para a colheita do milho era uma produtividade em torno de 6 mil kg/hectare, mas da região Oeste até o Sudoeste do Estado, o tempo colaborou e tivemos uma produtividade superior de 20 a 25%. Algumas lavouras chegaram a passar de 7.500 quilos/hectare. E isso gerou uma pressão momentânea. O produtor quer aproveitar o tempo bom para colher e voltar para a operação na propriedade. É natural”, explica Dilvo Grolli, presidente da Coopavel .
Enquanto essa faixa do Estado comemora a produtividade extra, outras localidades lamentam a frustração. Em Assis Chateaubriand, Palotina, Nova Santa Rosa, Goioerê e Campo Mourão há produtores com perdas expressivas por falta de chuva, casos de comprometimento de até 90% da lavoura.
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Mas onde a safra deu certo, a produtividade bombou a ponto de congestionar o recebimento. A Coopavel está de olho no crescimento que ano a ano se registra. É preciso investir em novos armazéns porque o campo está cada vez mais eficiente. As máquinas são ágeis e o agricultor tem caprichado do dever de casa, produzindo muito e melhor.
Segundo Dilvo Grolli, nos últimos 34 anos, o salto de produtividade no agro brasileiro foi de 415%, uma explosão de grãos, cujo resultado sustenta a balança comercial do Brasil. Curioso é que neste mesmo período o aumento de área foi de 110% . “No Paraná não temos mais áreas disponíveis para ampliar o plantio, mas ainda assim temos tido 3% a 4% de aumento de produtividade anual. Isso tem sido possível com uso de novas tecnologias, s modelos de produção, melhor aproveitamento das terras e da qualidade do solo. E se o clima colabora, o salto pode passar de 20%, como o ocorrido agora com o milho”, ressalta Dilvo.
INVESTIMENTOS
A Coopavel acaba de anunciar um plano de ampliação de cinco unidades na região Oeste. “Temos tecnologia impulsionando a produtividade, então a Coopavel tem uma visão estratégica de aumentar a capacidade. Temos 33 unidades e cinco serão ampliadas. O estudo avalia a capacidade de armazenagem, de recepção e projeção para daqui cinco anos. Em 12 meses as estruturas estarão operando”, confirma o presidente. A Coopavel confirma uma nova unidade em Vitorino e ampliação de quatro filiais: Santa Tereza do Oeste, Espigão Azul, Campo Bonito e Céu Azul.
Com os investimentos 20% da capacidade será ampliada. A principal vantagem é o melhor atendimento aos cooperados, que passarão a ter processos mais ágeis no descarregamento. Os armazéns, geralmente são utilizados por 60 dias no período da primeira safra (soja), 60 dias na segunda safra (milho), e na terceira safra (trigo), já o problema de congestionamento não existe porque a quantidade de grãos é menor.
COOPERATIVISMO
No Sul os três estados tem a produção com base no pequeno produtor, uma fatia que corresponde a 72%. Os médios representam 24% e 4% são os grandes. O cooperativismo do Paraná recebe 72% da soja, 62% do milho e 56% do trigo. No Estado, a recepção de grãos é missão das cooperativas, que precisam de ampliação o tempo todo para acompanhar o ritmo do campo.