O gosto pela cozinha sempre foi algo presente na vida da produtora rural Heloiza Feltrin, formada em Direito, de Marialva, no Noroeste do Paraná. Mas foi durante a pandemia, cansada de ficar em casa mergulhada na rotina familiar – que envolve o marido e três filhos, hoje com 9, 14 e 16 anos – que ela resolveu participar de um curso do SENAR-PR. Ficou sabendo da oportunidade por meio da prefeitura da cidade – sua mãe, Kátia Feltrin, é vice-prefeita de Marialva – e, prontamente, se matriculou em um treinamento de produção artesanal de conservas, molhos e temperos. A partir de então sua vida nunca mais foi a mesma.
“A minha mãe e outras pessoas me incentivaram, disseram que, como eu sabia cozinhar, iria gostar de fazer o curso, seria uma forma de me distrair um pouco naquele momento pós-pandemia. Era mais para um desenvolvimento pessoal. Eu não tinha o intuito de começar um negócio. Só que chegando lá, eu me apaixonei”, lembra a aluna aplicada.
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Depois de formada, para praticar os conhecimentos que adquiriu no treinamento do SENAR-PR, Heloiza começou a fazer conservas para familiares e amigos, como presente. A qualidade dos alimentos chamou a atenção dos presenteados e não demorou para começarem a aparecer pedidos. “Lembro de muita gente dizendo: ‘Você tem que fazer para vender, porque é muito gostoso e queremos comprar para consumir sempre’. E foi assim que comecei a fazer conservas para vender. Depois vieram as geleias, bolos e assim foram surgindo novas ideias”, compartilha.
Para que seus produtos começassem a ficar conhecidos, Heloiza criou a marca “Helo Marmelada”. Deu tão certo que as encomendas dos municípios de Marialva e Maringá não pararam de crescer. O sucesso motivou a elaboração, em parceria com uma doceira, de um cardápio especial de Páscoa, em 2024. “A essência é sempre a mesma: produtos artesanais, feitos com atenção e carinho em cada etapa. Já estou até recusando as encomendas, pois minha capacidade possui uma limitação”, problematiza.
As vendas são feitas todas pela rede social Instagram (@helomarmelada) ou WhatsApp, principalmente do carro-chefe, que é o catálogo de conservas e geleias. “Eu pego muita encomenda. Já cheguei a fazer 200 potes de geleia para um casamento. Teve encomenda de 300 potes de uma só vez para uma empresa no fim do ano. Fora esses pedidos maiores, chego a vender cerca de 60 potes por mês para clientes individuais, de diferentes tamanhos”, descreve.
Heloiza se diz satisfeita por ter aceitado o convite de participar do curso do SENAR-PR. Mais que isso, a produtora rural e empresária não perde oportunidade de divulgar e recomendar os treinamentos da entidade. Tanto que já participou de mais um treinamento, na área de compotas e frutas desidratadas. “Eu fui fazer o primeiro curso em intenção de abrir um negócio, porque eu gosto de cozinhar, e saí de lá inspirada a empreender. Apesar de ser formada em Direito, me sinto realizada no que eu faço atualmente. Então se você tem um sonho, tem que enfiar a cara mesmo e mandar ver”, recomenda a empreendedora.
(Com FAEP)