A cochonilha da roseta do cafeeiro, também denominada como cochonilha branca, compreende um complexo com várias espécies, pertencentes ao gênero Planococcus.
As duas principais espécies são Planococcus citri e Planococcus minor, embora ocorra outras espécies e gêneros associados, como Pseudococcus longispinus.
Morfologia
As cochonilhas do gênero Planococcus, podem ser encontradas na parte aérea e raízes do cafeeiro. As fêmeas são relativamente móveis e medem de 2,5 a 4mm de comprimento. Possuem corpo com formato oval, coloração geral castanho-amarelada, recoberto por uma secreção pulverulenta e cera branca (Figura 1).
Figura 1- Fêmea da cochonilha P. citri (superior) e colônia da mesma espécie em roseta de cafeeiro arábica. Fotos: Renildo Costa (superior) e Eduardo Mosca (inferior).
Hábito de vida da cochonilha da roseta
Na estação seca do ano, as cochonilhas alojam-se no solo, onde se alimentam das raízes do cafeeiro ou de plantas daninhas (figura 2). Com o início das chuvas, sobem para a parte aérea das plantas e ficam alojadas nas flores, chumbinho e base dos frutos.
Essas cochonilhas estão relacionadas com a ocorrência de fungos, geralmente do gênero Capnodium, causador da fumagina, fungo escuro que se desenvolve nas excreções açucaradas (honeydew) e também estão associadas com a presença de formigas doceiras, que se alimentam dessa secreção.
O ataque das cochonilhas ocorre em reboleiras e sua disseminação ocorre principalmente pelas ninfas, que podem passar de uma planta para a outra, caminhando pelo solo, a curtas distâncias, ou serem levadas pelo vento ou, ainda, disseminadas pelas formigas.
Figura 2 – P. citri alojadas no sistema radicular de Bidens pilosa (Picão preto). Foto: Ernani Z. Viana.
Danos causados
Tanto as ninfas, quanto as fêmeas das cochonilhas P. citri e P. minor sugam a seiva na roseta causando danos, desde a floração até a colheita dos frutos, onde vivem em colônias, sempre em reprodução.
O ataque dessas pragas causa perda de botões florais, chochamento e quedas de chumbinhos, até mesmo de frutos maiores, ocasionando em ataques mais severos a ausência de frutos nas rosetas, o que chama de rosetas banguelas (Figura 3).
Essas cochonilhas tem preferência pela parte aérea, porém descem até o solo e se refugiam nas raízes do cafeeiro na estação seca do ano.
Figura 3- Danos ocasionados pela cochonilha P. citri em cafeeiro arábica (“roseta banguela”). Foto: Eduardo Mosca.
Monitoramento
Deve-se realizar o monitoramento para constatar a presença da praga na roseta ou a sua locomoção das raízes para a parte aérea. Recomenda-se efetuar inspeções com frequência, examinando o colo da planta e as rosetas das plantas, desde os botões florais. Principalmente em lavouras em que houve ocorrência da praga no ano anterior.
Uma dica importante é observar a presença de formigas doceiras, pois a presença delas é um indicativo de ocorrência da cochonilha. Deve-se iniciar a inspeção pelo terço superior das plantas, quando as primeiras floradas ocorrerem e, posteriormente, em toda a planta.
Biológico
Beauveria bassiana tem apresentado bons resultados no controle das cochonilhas das rosetas.
A recomendação é realizar 2 aplicações em intervalo de 10 dias. Sendo que as aplicações devem ser realizadas via foliar no início de infestação da praga, trabalhando com volume de calda de 1000 L/ha e adicionar adjuvante (0,05%).
Químico
Para o controle químico existem poucos produtos registrados no MAPA específicos contra as cochonilhas das rosetas (Quadro 1). Para realizar um controle eficiente, é necessário que a pulverização seja capaz de transpor a capa serosa que envolve o corpo do inseto e atingir as colônias dessa praga (figura 4).
Para isso, deve-se realizar um bom molhamento da planta, com aplicação em alta pressão e trabalhar com maior volume de calda (800 a 1000 Lt/ha), sendo indicado também a adição de óleo mineral e adjuvante siliconado na calda.
Figura 4 – Substância lanuginosa branca que envolve as colônias da cochonilha da roseta. Foto: Ernani Z. Viana
Quadro 1- Produtos registrados para o controle de Cochonilha-da roseta – Planococcus minor, não produto registrado para controle de Planococcus citri no cafeeiro.
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