Opinião/Informação;
Fiz parte da equipe do Eduardo Braga na eleição para governador que ele perdeu para o professor Melo. Fui atendendo convite do amigo Valdelino. Fiz parte da equipe do Wilson Lima na eleição vencida em 2018. Nesse caso, atendendo convite dos amigos Petrucio, Merched e Luiz Castro. Tudo 0800, sem cobrar absolutamente nada, zero centavo. Nos dois casos, fui atendendo convite e apenas por amizade e na esperança de colocar em prática algumas ideias que estavam na minha cabeça de amazonense, de técnico da Conab e apaixonado pelo AGRO familiar e empresarial. Em 2018, no primeiro contato com o Wilson (muito antes da “onda” chegar, ainda era um sonho distante chegar à “Compensa”), vi a vontade dele em conhecer o setor primário do Amazonas. Foram quase duas horas de bate papo, perguntas e respostas no bairro de Adrianópolis. Encurtando a história, até hoje, entendo que é meu dever pontuar onde não está indo bem, onde ele vem tendo desgaste (na minha opinião), mas sabendo reconhecer os acertos acontecidos entre 2019/2023 porque eram pleitos antigos que não vínhamos avançando no Amazonas. Sem dúvida nenhuma, Wilson é o governador mais próximo, o de mais fácil acesso do AGRO familiar e empresarial das últimas duas décadas.
Contudo, quando vejo a foto dessa reunião, desse encontro, com esses atores, doutores, que já estão no mercado ambiental desde 2003, com vínculos fortíssimos com ONGs ambientalistas e países que nos travam, que desmataram tudo, que continuam poluindo, que não querem o nosso ZEE, que abertamente não querem o asfaltamento da BR-319, que mantiveram um Bolsa Floresta de miséria por longos 14 anos, que espalham pelo mundo um Amazonas diferente, em chamas, inclusive já disseminando que a próxima pandemia vai começar por aqui, sinto muita dó do nosso caboclo do interior, do produtor rural, da “família da canoa” que preservou o verde ao mundo, mas continua remando ao “futuro” de alguns ambientalistas que não chega nunca para o pobre, só para poucos.
É triste, é inaceitável, ver a manchete do Jornal ÀCRÍTICA (abaixo) dizendo que a floresta em pé vale R$ 1,5 trilhão POR ANO, e o governador Wilson Lima, em 2019, recebendo o Estado, com esses atores já atuando desde 2003, e bem próximos dos governos (estadual e federal), com metade da população na pobreza, e agora já em patamar mais elevado. Até hoje não entendi a ausência dos dois ex-governadores, hoje senadores, na CPI das ONGs para parabenizar as ações da ONG ambientalista que nasceu na época deles, inclusive com aporte de milhões.
Na minha opinião, as palavras que definem ter esse patrimônio há décadas e não ter transformado em vida digna para quem o protegeu é incompetência, descaso e falta de sensibilidade com o ser humano, com o próximo.
ZEE, REDD+, CRÉDITO DE CARBONO e CONCESSÃO FLORESTAL, agilidade no LICENCIAMENTO AMBIENTAL continuam sendo conjugados com o verbo no FUTURO. Quantos caboclos a pandemia levou por falta de melhor nutrição. Eu tomei várias vitaminas para me proteger, e o caboclo, será que tomou alguma? Lógico que não, nem comida tinha. Será que eles pensam que com 50 reais dava para comprar a VIT D3? Detalhe: 50 reais para menos de 1% do público que merecia receber pelos serviços ambientais. Outro detalhe: os que estão foram de UC (Unidades de Conservação) nem sentem o cheiro da nota de 50 reais. Tá tudo muito errado, não vejo mudar.
A CPI das ONGs mostrou quantos bilhões entraram para as ONGs (R$ 3 bi), uma delas, com sede em Manaus, agora com abrangência ampliada de AmaZONAS para AmaZÔNIA, recebeu quase meio bilhão em 14 anos de atuação. E vem recebendo mais R$ 78 milhões de banco alemão para fazer o que a Alemanha quer, e não o que precisamos. Continuam soltos fazendo o que querem. Essa relação FAS e SEMA, SEMA e FAS não é recomendável. O relatório da CPI já mencionou esse relacionamento.
Numa das fotos vi a frase “FLORESTA EM PÉ” numa sacola, lembrei de um convite que recebi em 2017, coincidentemente no mesmo mês que deixei a Conab depois de 35 anos, mas não aceitei. Guardo o convite, aliás, um e-mail, sinal de que devo ter sido um bom gestor na Conab, sinal que devo ter atendido, ou pelo menos atencioso, com todos os pedidos que recebi. Caso contrário, não teria sido convidado.
Fazer o mesmo, com os mesmos, não podemos esperar resultado diferente. É triste, mas é a realidade! O pior é que tudo vai cair na conta do governador Wilson Lima na eleição de 2026. Tem políticos que deram ouvido e, por pouco, muito pouco, não passavam pelo crivo popular eleitoral. Não tenho a caneta da decisão, mas tenho a caneta da opinião. Não aceito viver num estado tão rico e preservado, com um povo pobre e já sofrendo as adversidades climáticas de responsabilidade dos países poluidores que continuam mandando por aqui.
A expressão do governador Wilson Lima na foto, com a mão no queixo e olhar atento me dá uma esperança de novos rumos nessa área. Ele tem quase três anos de mandato para fazer diferente, fazer o que o Amazonas precisa com o dinheiro deles (desmataram e continuam poluindo), não o que a Alemanha quer. Temos que fazer valer a floresta em pé para TODOS.
THOMAZ RURAL