O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil. A safra estava sendo colhida, mas em algumas regiões, a enchente chegou primeiro. Muitas lavouras estão em áreas alagadas e logo trouxe uma preocupação ao brasileiro: “Vai faltar arroz? Se houver grandes perdas no Rio Grande do Sul o preço vai disparar?”
Para a primeira pergunta a resposta é, apesar das perdas previstas, não. Não porque há estratégias para evitar o desabastecimento. A expectativa inicial era que a produção de arroz no território gaúcho chegasse a 7,5 milhões de toneladas, marca que corresponderia a 71% do total no País. Com as perdas, a produção deve girar em torno de 6,7 milhões de toneladas. Cerca de 83% das áreas foram colhidas até o início dos temporais.
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Do que restou nos campos, neste momento boa parte das lavouras está em áreas inundadas. A cultura suporta até sete dias embaixo d’água. Somente depois que os níveis baixarem os técnicos terão a situação consolidada. As perdas podem chegar a 700 mil toneladas.
O engenheiro agrônomo Modesto Daga destaca que a relação entre oferta e consumo o Brasil é bem ajustada. “A produção nacional é aproximadamente 10,5 milhões de toneladas e o consumo a 10,4 milhões de toneladas. Temos os estoques de passagem, que gira em torno de 2 a 3 milhões de toneladas. Por essa matemática a probabilidade de falta é grande. No entanto, o arroz, embora seja a segunda cultura mais consumida no mundo, é a terceira mais produzida. O mundo tem arroz de sobra, inclusive em países vizinhos, como Uruguai e Argentina.”
O preço vai subir?
Lei da oferta e demanda. Se houver grande quebra das áreas submersas e também perda do arroz que estava estocado, teremos menos produto no mercado, inclusive com falta. Neste caso a tendência é de alta. “Por enquanto são análises de suposições, não temos um cenário consolidado. Só teremos clareza ao final de maio, quando o nível da água baixar e permitir enxergarmos a realidade”, diz Modesto.
Importação
Como o arroz é o feijão são base da alimentação do brasileiro, o Governo Federal se prepara para a importação. “Fiz uma reunião com o ministro [do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar] Paulo Teixeira e com o ministro [da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] Carlos Fávaro sobre a questão do preço do arroz e do feijão, porque estavam caros. Eu disse que não era possível a gente continuar com o preço caro. Alegaram que a área plantada estava diminuindo e que havia um problema do atraso da colheita no Rio Grande do Sul.”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Agora, com a chuva, acho que nós atrasamos de vez a colheita do Rio Grande do Sul. Se for o caso, para equilibrar a produção, vamos ter que importar arroz, vamos ter que importar feijão. Para que a gente coloque na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha”, completou.
(Da Redação, com Agência Brasil)