O dirigente falou à imprensa nesta quinta-feira, durante a 29ª edição da Agrishow.
“A queda de quase 37% é da fábrica para a revenda. Não significa que da revenda para o campo esteja caindo neste mesmo patamar. Desconfiamos que não. Acreditamos que o pior momento já passou”, ele ressalta que, ainda que o cenário esteja começando a clarear, a recuperação dos preços demora, uma vez que depende do consumo.
“Em 2025 ou 2026, o preço das commodities deve começar a melhorar”, disse.
A Abimaq projeta queda de 15% no setor no ano.
Bastos destacou que a expectativa já era de dificuldade no primeiro trimestre, devido à falta de recursos do Plano Safra a juros baratos.
A expectativa por menores juros no próximo Plano também garantiu o ímpeto dos produtores para investir.
O dirigente disse que a Abimaq exigiu ao governo federal que o Plano Safra 2024/2025 contenha, ao menos, R$ 36 bilhões para o financiamento do setor, sendo R$ 26 bilhões para Moderfrota e Moderfrota Pronamp, e R$ 10 bilhões para o Pronaf.
O otimismo também é movido pela projeção de aumento da área e da produção do Brasil nos próximos anos, o que deve contribuir para a demanda por máquinas agrícolas. De qualquer forma, a Abimaq deve revisar para baixo sua previsão para o segmento em 2024. Esta, no entanto, só deve ocorrer após o fechamento das feiras agrícolas tradicionais do primeiro semestre. A Agrishow é uma delas.
Agrishow
“A feira tem a característica de ser um negócio de negócios. As montadas vêm com condições diferenciadas para atrair o comprador, mas o resultado disso ainda é incerto. O presidente da feira disse que, se o faturamento for igual ao do ano passado, será uma grande vitória”, Bastos lembra que, apesar da maior visitação, muitos dos negócios são pré-acordados na feira, mas devem ser fechados apenas no segundo semestre, com juros menores.
“Não há clima de pessimismo. A boa colheita da safrinha de milho, as boas safras de cana aqui em São Paulo, da laranja, do café, a boa rentabilidade do arroz, do algodão, tudo isso são motivos para o otimismo“, ele afirma que soja e milho respondem por 60% do mercado de máquinas no Brasil.