O Nordeste figura como a segunda maior região produtora de peixes, atrás do Sul do país, de acordo com último Anuário da Associação Brasileira da Piscicultura.
De baixo custo inicial, essa é outra alternativa na diversificação de culturas. A região Oeste da Bahia, concentra a segunda maior produtora do estado.
Em um recanto no meio do cerrado, que o sulista, de Rio Grande do Sul, o senhor Marcos Tiecher, 60 anos, escolheu morar.
Com ajuda do filho, há dois anos, investiu na piscicultura com cinco tanques escavados.
“A história é recente, em fevereiro completou dois anos que nós viemos pra cá. O meu filho teve a ideia e eu apoiei também. Começamos com os tanques, né? Um, dois, três… E estamos com cinco tanques e várias qualidades de peixe”, conta.
Na fazenda do seu Marcos, a capacidade de produção é de 20 toneladas e tudo se aproveita. Segundo ele, uma coisa toca a outra, além da piscicultura, ele também cria cerca de 100 cabeças de gado.
“Em primeiro lugar, como o nosso lema é agricultura de subsistência. A água adubada dos peixes irriga as plantas, tem os pastos irrigados e os peixes já tem um temo que começamos a vender. E está indo bem, graças a Deus”, relata.
Oxigenação
Para manter a qualidade da água e sobrevivência dos peixes, os tanques contam com o equipamento conhecido como aerador tipo chafariz, que promove uma maior oxigenação da água.
O consultor técnico Marcelo de Oliveira Araújo, explica que o equipamente ajuda a ter um volume maior em pouco espaço.
“A gente está com tilápias, pangas, tambaqui e um pouco de surubim. Então a gente consegue viabilizar a produção em torno de 7 quilos por metro cúbico pra tilápia e tambaqui 2 quilos. Você vai incorporar mais oxigênio na água, com isso você consegue um volume maior de produção no menor espaço, então você consegue uma densidade maior”, explica.
De acordo com o especialista, em um sistema de criação intensivo como esse com cerca de 20 mil tilápias, são necessários, 240 quilos de ração por dia, considerando 3% da biomassa total dos peixes.
“A tilápia é um peixe que você consegue tirar entre sete e oito meses. Depende do tipo de sistema, da alimentação que você está dando aos peixes e estamos aqui em torno de um ano. Então, a tilápia teria um giro maior, porém, nossa região tem deficiência na questão de frigorífico para filetagem. Já está entrando na área alguns frigoríficos e futuramente isso vai ser uma realidade”, relata.
Ainda de acordo com Marcelo, a piscicultura vem da agricultura failiar e é rentável com baixo custo de implementação e margem de lucro que varia inicialmente entre 20% e 30%, considerando o tipo de manejo.
Ele conta que para produzir mil quilos de peixe, são gastos 5 mil reais, mais ou menos.
De acordo com o último anuário da Associação Brasileira da Piscicultura, a tilápia é o peixe mais cultivado no Brasil.
Em 2022 foram produzidas em todo o país 550.060 toneladas (t). Volume que representa 63,93% da produção nacional de peixes de cultivo, 3% maior que o ano anterior, 534.005 t. Bahia e Pernambuco, são os maiores produtores do Nordeste.
Produção na Bahia
O município de barreiras, é o segundo maior produtor do estado, com mil 2.204 4 t, atrás de Glória, no Norte da Bahia, com 4.891 t, de acordo com dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na chácara administrada pelo Antônio Paulo, próximo a área urbana de Barrreiras, as vendas na páscoa foram satisfatórias.
O pintado, foi o mais vendido, saindo a R$ 18 o quilo, preço pago ao produtor. Segundo Antônio, uma boa administração e o manejo adequado, são essenciais.
“Eu tinha uma previsão para tirar 12 toneladas e consegui tirar 10 toneladas. Se tiver ma boa administração, tiver as coisas feito dentro das condições, vai ter sim, vai ter um rendimento muito bom”, conta.
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