As previsões apontadas por um estudo realizado nos últimos três anos pela Syngenta, em parceria com as principais instituições de pesquisas do Brasil, se concretizaram e o alto volume de chuvas ocasionado pelo El Niño forneceu as condições perfeitas para a chegada da anomalia da soja na região Sul. Reconhecida pela comunidade científica como quebramento de hastes e podridão dos grãos da soja, a ameaça antes observada apenas em algumas regiões do Mato Grosso, já foi detectada nas localidades de São Pedro do Ivaí (PR), Cruz Alta (RS) e Júlio de Castilhos (RS).
Amostragens realizadas no início desta safra em outros municípios do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul ainda estão em fase de testes moleculares, porém sintomas visuais observados por pesquisadores durante a colheita já indicaram a presença do complexo de patógenos dos gêneros Diaporthe, Colletotrichum, Fusarium, Cercospora e Macrophomina – fungos responsáveis pela doença.
Operação destrói 108 acampamentos de cultivo ilegal de maconha na fronteira com Paraguai
Portos do Paraná e de Santos assinam carta de intenções
“Com a chegada da anomalia da soja no sul do Brasil é fundamental que os produtores observem o que aconteceu no Mato Grosso, onde o problema reduziu em até 40% a produtividade das lavouras nos últimos anos. Essa é a chance de analisar o manejo, identificar a redução no potencial produtivo e partir para a tomada de decisões estratégicas para as próximas safras”, destacou Bruno Zuntini, líder do Portfólio de Fungicidas da Syngenta Proteção de Cultivos.
Até o momento, não há indícios de uma epidemia na região Sul, mas os primeiros relatos do problema, somado ao volume de precipitação previsto para o ano – o que contribui para a proliferação de fungos -, faz com que o sinal de alerta seja ligado.
“É importante resgatar as lições aprendidas no Cerrado para evitar que o mesmo ocorra no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Esse é o objetivo da Syngenta: o de municiar os produtores com informações essenciais para o enfrentamento e gerenciamento da anomalia da soja. A safra ainda está no campo, temos algumas observações de apodrecimento de grãos já relatadas, e estamos acompanhando outras lavouras para mensurar a evolução geográfica da distribuição e com qual agressividade ela vem aparecendo no Sul. Mas já sabemos que os próximos anos serão desafiadores”, reforçou Zuntini.
Caracterizada por sintomas como escurecimento interno da vagem e dos grãos, a podridão de vagens também pode proporcionar enrugamento de grãos e sementes, murcha e amarelecimento das folhas antes do fim do enchimento de grãos, além de necrose dos tecidos devido ao ataque de patógenos necrotróficos. Já o quebramento de hastes apresenta sintomas como necrose e alongamento excessivo da haste e tombamento e quebra da planta, interrompendo o enchimento de grãos e reduzindo a produtividade. Além desses sintomas, os patógenos podem continuar agindo nos grãos armazenados, inviabilizando a produção.
“Nas últimas três safras, a anomalia da soja acarretou uma quebra de produtividade muito significativa nas lavouras do Cerrado. Como os relatos são recentes e não tivemos uma epidemia no Sul, ainda não temos como fazer uma quantificação de danos, mas o potencial de perdas é muito alto”, alerta Carolina Deuner, engenheira agrônoma e doutora em fitopatologia da ProtScience.
Ainda segundo Carolina, mesmo que nesse primeiro momento o produtor não registre uma alta incidência do problema na lavoura, se não forem adotadas estratégias efetivas de manejo, depois de colhidas as sementes continuam se decompondo, o que aumenta os danos à medida que a colheita é realizada e os grãos são estocados.
Agricultores temem perdas produtivas
Mesmo recente, a anomalia tem tirado o sono dos produtores da região, temerosos que as perdas registradas nos últimos anos no Cerrado se repitam no Sul. “Infelizmente aqui no norte do Paraná a anomalia já ocasionou perdas importantes nas lavouras da soja para muitos agricultores já nessa safra 23/24, na qual ficou muito evidente os mesmos sintomas de quebramento de hastes e apodrecimento de grãos observados no Mato Grosso”, conta Carlos Backes, sojicultor e consultor do Vale do Ivaí (PR).
Situação similar também foi vista no Rio Grande do Sul, onde o problema não passou despercebido e atingiu as lavouras de várias localidades do Estado. “Quem caminhou pelo campo, principalmente em áreas de cabeceiras e solo compactado, notou o quebramento das plantas e hastes. Visualmente já podemos identificar a presença da anomalia e fica o alerta para a próxima safra, na qual todos os sojicultores vão precisar realizar um manejo criterioso para que o problema não se torne uma epidemia”, destaca Alex Inocente, produtor do município de Ipiranga do Sul (RS).
Já o Consultor Agrícola, Márcio Maróstica, que atua nos municípios de Doutor Camargo (PR) e Maringá (PR), reforçao empenho dos produtores no monitoramento constante da lavoura e comemora os resultados dos estudos que apontaram, com base cientifica, soluções a respeito do que tem causado a anomalia. “A anomalia da soja está presente no Sul, mas também temos informações de como lidar com esse problema e evitar o que aconteceu no Cerrado. Com esse monitoramento já alicerçado nos estudos e pesquisas sobre o problema, conseguimos avaliar a severidade de onde ocorreu o quebramento de hastes e a podridão de grãos. Em parceria com produtores, fizemos faixas com diferentes tratamentos fitossanitários e captamos um resultado significativo onde foi aplicado o manejo com a recomendação da Syngenta. Acredito que esse será o caminho. Depois que a doença se espalhar não vai adiantar entrar com aplicações de emergência”.
A primeira com a solução
Após um trabalho minucioso de investigação que incluiu áreas do Cerrado e Sul, o estudo da Syngenta apontou que o manejo efetivo, incluindo principalmente fungicidas para controle de Diaporthe e Antracnose, diminui a severidade dos problemas encontrados na soja. Também foi constatado que a associação com fungicidas à base de Carboxamidas, especialmente contendo o ingrediente ativo Solatenol, é indispensável para o sucesso no controle da podridão de grãos e sementes do cultivo.
Na vanguarda dos estudos sobre a anomalia da soja e referência em pesquisa e desenvolvimento de soluções de manejo para a redução dos danos, a Syngenta foi a primeira do setor apta a seguir com recomendações direcionadas ao manejo de anomalias na soja suportada por bula registrada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). A recomendação de produtos à base de Solatenol para os alvos biológicos causadores da problemática nas lavouras de soja vão do tratamento de sementes ao combate de doenças no cultivo.
“Além do controle químico, é importante enfatizar a importância de outras práticas de manejo, como a associação de multissítios em todas as aplicações e o monitoramento constante da lavoura e das condições climáticas. Estamos ao lado do produtor rural e queremos oferecer informações e as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável”, reforça Zuntini.
(Com Assessoria Syngenta)