A safra 2023/24 começou bastante chuvosa no Sul do Brasil e atrapalhou a semeadura da soja. No entanto, períodos secos prolongados combinados com temperaturas altas surpreenderam os produtores afetando o potencial das lavouras. Os estados mais afetados pela “bagunça” climática foram o Paraná e Rio Grande do Sul.
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O El Niño também exerceu influência sobre a safra de verão no Brasil em outras regiões. Como tradicionalmente acontece em anos sob a ação do fenômeno, o centro-norte do país sentiu a redução das chuvas. E foi o maior produtor nacional de soja, o estado mais afetado. Depois de fechar a safra 2022/23 com média de 63 sacas/hectare, produtores de Mato Grosso concluíram a temporada com rendimento médio entre 49 e 52 sacas/hectare. Mato Grosso do Sul também sentiu a escassez de chuvas, mas em menor escala. Amambai, Naviraí e Fátima do Sul estão entre os municípios mais afetados. O rendimento médio da soja no centro-sul do estado ficou em 50 sacas/hectare.
Lavouras do PR
No Paraná, a produtividade média apresentou grandes variações, ficando entre 20 e 80 sacas/hectare, segundo o gerente do Departamento Agronômico da cooperativa C.Vale, Carlos Konig. Em Toledo, Marcelo Paludo concluiu a colheita de 387 hectares de soja da safra 2023/24 no final de fevereiro. Quinze dias sem chuvas e com altas temperaturas afetaram variedades mais precoces, mas pragas e doenças foram controladas de maneira preventiva e pouco afetaram o desempenho da plantação. Por outro lado, cultivares de ciclo mais longo apresentaram rendimentos expressivos, com até 91 sacas em uma área de cinco hectares. No fim das contas, o rendimento médio de 66 sacas/hectare agradou ao produtor. Para uma safra de clima bastante irregular, ele considera o desempenho bastante satisfatório, já que a produtividade ficou 23% acima da registrada na temporada anterior.
RAIO X
Marcelo Paludo
Local: Toledo (PR)
Área de soja: 387 hectares
Rendimento médio 2022/23: 53,7 sc/ha
Rendimento médio 2023/24: 66 sc/ha (+23%)
Custo: 27 sacas/hectare
Por CVALE