Os colégios agrícolas do Paraná estão prontos para, definitivamente, ingressarem na era digital. Em 7 de fevereiro, durante a feira agropecuária Show Rural, em Cascavel, o Sistema FAEP/SENAR-PR repassou 23 drones e 23 penetrômetros de solo à Secretaria de Estado da Educação (Seed), para serem utilizados nas aulas dos mais de 1,5 mil alunos dessas escolas técnicas.
Esses equipamentos se somam a outros 484 aparelhos, que já haviam sido doados pela entidade no ano passado. A iniciativa faz parte do Programa Agropecuária 2030, parceria do Sistema FAEP/SENAR-PR com o governo do Paraná, firmada em 2023, que está revolucionando o ensino técnico agropecuário, colocando os estudantes em contato com conceitos e disciplinas modernos, alinhados às transformações provocadas pelas novas tecnologias no setor agropecuário.
Além da doação total dos 530 equipamentos – como GPS’s agrícolas, tablets, amostradores de solo e kits de ordenha, entre outros –, o SENAR-PR também está levando às escolas agrícolas quatro módulos, que contemplam as novas tendências do campo: Agricultura de Precisão (AP), Drones Agrícolas, Mecanização Agrícola e Pecuária. Os cursos são ministrados por instrutores do SENAR-PR, dentro dos 23 colégios agrícolas do Paraná, que utilizam os aparelhos de ponta, repassados pela entidade. Com isso, o Agropecuária 2030 cria condições de formar profissionais atualizados às demandas do campo e do mercado de trabalho.
“Tenho certeza de que esse trabalho é muito importante para a formação dos nossos meninos e meninas. Nós estamos pensando na formação da nova geração do campo. A cada dia, as tecnologias avançam. O mundo não vai ficar parado e nós também não podemos ficar. Precisamos acompanhar essa revolução”, afirma Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR.
O pronunciamento de Meneguette ocorreu ao longo do ato de doação dos drones e penetrômetros na feira agropecuária de Cascavel, no Oeste do Paraná. Na ocasião, a presença de autoridades reforça a importância do programa para o ensino técnico do Estado: os secretários Roni Miranda (Educação), Norberto Ortigara (Agricultura) e Valdemar Bernardo Jorge (Desenvolvimento Sustentável); do deputado estadual Gugu Bueno; do vice-presidente da FAEP, Ágide Eduardo Meneguette; do presidente da Fetaep, Alexandre Leal dos Santos; e do presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Orso.
Roni Miranda avaliou que o Agropecuária 2030 já vem cumprindo seu intento de revolucionar o ensino nos colégios agrícolas. Para o secretário, a iniciativa tem tido papel decisivo na formação dos estudantes, a ponto de se concretizar como um diferencial que os alunos levarão para sua vida profissional, com reflexos positivos para o setor agropecuário e para a economia paranaense.
“Isso é tecnologia dentro das escolas. É o que há de evolução no setor agropecuário dentro das escolas. Nossos alunos vão sair na frente de outros profissionais. É uma vantagem que eles levam para a sua vida profissional”, diz Roni Miranda, secretário estadual de Educação.
“Nós queremos justamente isso: fortalecer o setor. Queremos que o agricultor fique no campo e gere riquezas para o Estado”, completou.
Falando a partir da perspectiva de quem comanda o sindicato rural de um dos principais polos produtores do Paraná, Paulo Orso louvou a parceria que culminou com o Agropecuária 2030. Nas palavras do líder sindical, o programa coloca os colégios agrícolas do Estado “no futuro”, gerando profissionais aptos a atender às demandas do pujante setor agropecuário do Estado, dominando conceitos e novas tecnologias.
“Esses são os alicerces das futuras universidades. Vocês serão os formadores da agricultura do amanhã. Vocês são a força do nosso agro”, Paulo Orso, presidente do Sindicato Rural de Cascavel.
“A FAEP e a Seed, com essa parceria, estão sendo grandes heróis”, disse Orso às centenas de estudantes de colégios agrícolas, que assistiam ao ato de doação dos equipamentos.
Revolução na prática
Essa revolução no ensino já é realidade desde o fim de agosto de 2023, quando o Programa Agropecuária 2030 começou, efetivamente. Para a aluna do Colégio Agrícola Assis Brasil, de Clevelândia, Stefany Valgoi, os novos módulos levados à sala de aula têm proporcionado um olhar diferenciado aos estudantes, que têm aproveitado a oportunidade. Conceitos como o de Agricultura de Precisão, que antes ficavam apenas no campo teórico, agora são vividos na prática.
“Essa oportunidade de termos contato direto com drones e com elementos de Agricultura de Precisão tem sido muito gratificante e instiga a nossa busca pelo conhecimento. É algo que está adicionando muito à minha formação técnica. Eu estou com muita expectativa para os módulos que vou cursar neste ano”, disse Stefany. “Os alunos da minha turma já estamos pensando em fazer algo diferenciado para a feira do nosso colégio. Estamos pensando em desenvolver algum projeto no setor de Agricultura de Precisão. Estamos animados”, contou.
Para o coordenador dos colégios agrícolas do Paraná, Renato Gondin, o Programa Agropecuária 2030 representou um salto no ensino técnico. Ele classificou a iniciativa como “um momento histórico”, que se consolida como uma oportunidade brilhante para os estudantes. Ele também destacou o impacto que os novos módulos devem provocar na vida profissional dos alunos.
“Estamos mais uma vez celebrando a nossa educação profissional e a capacitação destes estudantes, que terão acesso rápido ao mercado de trabalho e a chance de permanecerem no campo. Significa a garantia de um futuro melhor para os nossos alunos e para suas famílias”, Renato Gondin, coordenador dos colégios agrícolas do Paraná.
O programa
A formatação do Agropecuária 2030 começou ainda no final de 2022, quando o SENAR-PR desenvolveu os módulos, de acordo com o perfil e a necessidade dos estudantes dos colégios agrícolas. O plano de aulas foi construído coletivamente por técnicos e instrutores do Sistema FAEP/SENAR-PR no Centro de Treinamento Agropecuária (CTA) da entidade em Ibiporã. No caso da formação em Agricultura de Precisão, os profissionais passaram por uma atualização na Escola Superior de Agricultura, da Universidade de São Paulo Luiz de Queiróz (Esalq/USP), em Piracicaba, no interior paulista. O programa também conta com material didático exclusivo, em consonância com as demandas dos estudantes.
“Todos os módulos foram construídos especificamente para os alunos dos colégios técnicos agrícolas. Muitos docentes têm assistido às aulas, como atualização. É um programa que tem um forte caráter de modernização”, definiu Heli Heros Assunção, do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR, que integra a equipe técnica do Agropecuária 2030.
O programa é levado às escolas por 24 instrutores. Para garantir a efetividade das aulas, os módulos contam com avaliações em 360º – ou seja, em que todos os atores se avaliam: instrutores, alunos e colégios. Os dados serão compilados pelo Detec do Sistema FAEP/SENAR-PR, que entregará um relatório detalhado periodicamente a cada unidade escolar.
(Por FAEP)