Excesso de chuvas no Sul e precipitações abaixo do esperado no Centro-Oeste atrasam a semeadura da soja e podem prejudicar a janela ideal de cultivo de milho safrinha
As condições climáticas atípicas estão afetando o planejamento da safra de grãos. A incidência do fenômeno El Niño, cuja intensidade atingirá o pico no mês de dezembro, vem provocando eventos climáticos extremos, causando danos em áreas de cultivo na maioria das regiões produtoras.
De acordo com o monitoramento de safra realizado pela seguradora FF Seguros, embora a semeadura da safra de soja 2023/24 já esteja em torno de 70% da área estimada, o período vem sendo marcado por incertezas. O clima está prejudicando lavouras em várias regiões do Brasil de maneira diversa e o ritmo das operações de campo enfrenta lentidão, se comparado com as safras anteriores.
“Temos um cenário de excesso de chuvas no Sul, principalmente em Santa Catarina e Paraná, então os trabalhos de plantio da safra de soja 2023/24 podem ser suspensos em alguns momentos e há preocupações com a necessidade de replantio causado por alagamentos ou erosão. No centro-oeste, há uma tendência de temperaturas acima da média e anomalias de chuvas, com precipitações abaixo do normal. De forma geral, o plantio da safra de soja está atrasado”, analisa Guilherme Frezzarin, superintendente de agronegócios da FF Seguros.
Existe ainda a perspectiva de que o El Niño tenha influência prolongada, com previsão de manutenção do fenômeno até meados do outono de 2024. Dessa forma, a safra seguinte possivelmente será impactada.
“Já começamos a mirar para o planejamento do milho safrinha e avaliar de que forma esse atraso no cultivo da soja poderá causar problemas e riscos de perda de janela ideal do plantio de milho, principalmente no Centro-Oeste”, afirma Frezzarin.
Além de alterar o planejamento das atividades de campo e prejudicar lavouras, esse contexto pode alterar a dinâmica de contratações de seguros. Segundo o gerente comercial de agronegócios da FF Seguros, Diego Caputo, o fenômeno atual está sendo chamado de “El Niño dos extremos”, sendo comparável ao histórico de intempéries intensas que foi registrado na safra de grãos 2015/16. A elevação dos riscos associados ao clima leva à conscientização sobre o papel do seguro agrícola e impacta na precificação das apólices.
“Dessa forma, os agricultores estão demandando maior planejamento e antecipação das negociações de seguros”, afirma.
Outra tendência é o fortalecimento de mais alternativas de financiamento de safras. Esse movimento pode reduzir a dependência dos agricultores dos programas de incentivo governamental para o custeio rural, alterando a tradicional calendarização de contratação de seguros.
Em breve, a FF Seguros disponibilizará o seguro agrícola para cobertura da temporada de milho safrinha 2023/24, planejando elevar a capacidade de oferta para contratações. “Ampliaremos nossas operações em 2024. O processo de contratação do seguro rural se tornará mais flexível e ajustaremos sua disponibilidade durante a safra, conforme a necessidade do mercado”, afirma Caputo.
“Nesse momento, o mais importante é reforçamos a importância do seguro agrícola em face da imprevisibilidade do clima e buscarmos cada vez mais formas de integrar soluções para promover a melhor gestão de riscos.”
Além disso, a perspectiva de ocorrência de eventos climáticos com maior frequência e intensidade poderá ameaçar benfeitorias, como danos em silos causados por vendavais, morte de gado em decorrência de queda de raios, entre outros prejuízos possíveis. Dessa forma, outras modalidades de seguro se tornam cada vez mais relevantes.
Para proteger benfeitorias, máquinas e equipamentos e mercadorias, a FF Seguros oferece as modalidades de seguro patrimonial rural (para bens próprios quitados) e de penhor rural (para bens cedidos em garantia de crédito rural). Já para a proteção de rebanhos de gado de corte e de leite ou de animais de elite e cavalos, o portfólio da seguradora conta com duas opções de seguro pecuário e a modalidade de seguro de equinos.
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