A ordenha é um dos pilares mais cruciais em um sistema de produção de leite, é nesse momento em que o produto de venda, o leite, será coletado e, possivelmente, destinado para o laticínio e à produção de seus subprodutos, como queijo, iogurte, creme de leite e entre outros.
Considerando essa importância, nesse artigo iremos abordar os diferentes tipos de ordenha, suas respectivas características, vantagens, pontos de atenção, custos e quando empregar cada tipo de modelo.
Esse é o tipo de ordenha que ainda predomina nas pequenas propriedades produtoras de leite no Brasil. Os controles e cuidados se fazem necessários nesse modelo, da mesma forma que se faz em ordenhas mecânicas, devendo- se ter atenção durante o momento de extração e de armazenamento do leite, para garantir que o produto final seja de qualidade.
Na ordenha manual, pode haver a presença ou não do bezerro, isso varia de acordo com o manejo adotado na propriedade, tipo de instalação e da raça dos animais em lactação.
Os pontos de atenção para a ordenha manual são:
- Sanitização do latão e tanque de refrigeração, antes do armazenamento do leite e após a retirada do líquido. Essa etapa deve ocorrer antes do uso do utensílio, 30 minutos antes da ordenha, a fim de evitar resíduo do sanitizante no leite;
- A condução das vacas até a sala de ordenha deve ser forma gentil e cuidadosa, evitando o estresse dos animais;
- É indicado que seja feita a linha de ordenha das vacas, ou seja, separar quais animais serão ordenhados primeiro e quais serão ordenhados por último, o critério a ser utilizado para isso é ordem de parto, animais com mastite e animais que estão em tratamento com antibiótico;
- Contenção da vaca, prendendo a cauda, para evitar acidentes e contaminação do leite. Caso seja ordenha com bezerro ao pé, é importante também conter o bezerro;
- Lavar as mãos antes da ordenha e usar luvas no momento da ordenha;
- Realizar o teste da caneca de fundo preto antes de iniciar a ordenha;
- Uso do pré-dipping e secagem dos tetos com papel toalha e usando uma folha por teto;
- Descartar o leite proveniente de vacas com mastite e em tratamento com antibiótico;
- Ao fim da ordenha, realizar a limpeza dos materiais utilizados, com água de qualidade e em temperatura adequada (40º a 45ºC);
- Realizar a limpeza geral da sala de ordenha.
Mesmo sendo em sistemas de produção de leite de menos tecnificação, é importante realizar exames periódicos para avaliar a saúde da glândula mamária para produzir leite de qualidade.
Assim, pode-se realizar o teste CMT (California Mastitis Test) e a CCS (Contagem de Células Somáticas), ambas as avaliações têm como finalidade avaliar a ocorrência de mastite subclínica no rebanho.
Além disso, é necessário avaliar os dados enviados pelo laticínio, sendo o principal a CPP (Contagem Padrão em Placa), para analisar como está a higiene da ordenha.
A ordenha manual é um investimento de baixo custo nas propriedades. Esse tipo de ordenha pode ser implementado em fazendas com pequenos rebanhos, com sistema de produção extensivo.
Imagem demostrando uma ordenha do tipo manual sendo realizada. Fonte: Martins (2012)
Ordenha mecânica
Na ordenha mecânica ocorre a retirada do leite por meio de equipamento que simula a mamada do bezerro, retirando quantidade máxima do leite produzido pela vaca. É classificada em quatro tipos: balde ao pé, canalizada linha alta, canalizada linha média, canalizada linha baixa.
Em casos em que o equipamento não é utilizado de forma recomendada, há redução da produtividade e rentabilidade do sistema de produção, uma vez que resulta em leite de baixa qualidade, aumento da ocorrência de mastite e elevado custo de produção em decorrência das manutenções e trocas frequentes, além dos gastos com tratamentos de mastite.
Sistema de ordenha mecânica do tipo balde ao pé. Fonte: Júnior (2015)
Sistema de ordenha mecânica do tipo linha baixa. Onde a linha do leite está abaixo do piso do animal. Fonte: Alex Matos Teixeira
Sistema de ordenha mecânica do tipo linha média. Nesse modelo, a linha do leite fica próxima à alta da garupa dos animais. É o modelo mais encontrado. Fonte: Milkpoint
Imagem ilustrando um sistema de ordenha mecânica em linha alta. A linha do leite nesse modelo fica bem acima dos animais. Normalmente encontrada em salas de ordenha sem fosso. Fonte: Alex Matos Teixeira
Assim, os pontos de atenção para a ordenha do tipo mecânica são:
- Manuseio por profissional capacitado e orientado, que tenha conhecimentos sobre o equipamento e sobre as características específicas das vacas de leite;
- Cuidado com a sobreordenha, que é quando se tem a ordenha em pleno vácuo já sem extrair leite, em casos que não há extrator automático no equipamento;
- Cuidados com o manejo de ordenha iguais aos cuidados que devem ser tomados com a ordenha manual;
- Limpeza adequada das tubulações, com produtos e temperatura da água corretos.
Quando o equipamento tem manutenções periódicas, sendo utilizado seguindo as recomendações, não há prejuízos à glândula mamária e tetos das vacas.
As vantagens desse tipo de ordenha são:
- Menor demanda de funcionários;
- Redução do estresse para as vacas;
- Diminuição do tempo de ordenha;
- Ordenha simultânea de vários animais;
- Mais facilidade de operação e manejo;
- Horários fixos de rotina de ordenha.
Para implementar esse tipo de ordenha nas propriedades, é preciso de estruturas físicas para abrigar os equipamentos, o que inicialmente requer um investimento maior.
Esse é o tipo de investimento que gera retorno ao produtor, uma vez que a qualidade do leite é garantida, quando as recomendações são seguidas.
Ordenha robotizada
Nesse tipo de ordenha, as vacas determinam a frequência e o momento em que serão ordenhadas, ou seja, é um sistema voluntário. O controle é feito por softwares, que controla todos os equipamentos que funcionam de acordo com a ordenha, como ventiladores, luzes, ordenhadeira, entre outros.
No momento em que a vaca chega para a ser ordenhada, ela é identificada, iniciando o processo de ordenha. Após isso, é feita a limpeza de cada teto, individualmente, através da teteira automática de limpeza, sendo identificado precisamente a posição dos tetos. Feito a limpeza, as ordenhadeiras são colocadas, ajustadas conforme a anatomia do animal.
Ao final do processo de ordenha, o leite é levado ao tanque resfriador, por meio das tubulações e o todo equipamento é limpo.
Sistema de ordenha robótica. Fonte: Attuale Comunicação
Os pontos de atenção para a ordenha robotizada são:
- Ambiente tranquilo, calmo e sem estresse, para que as vacas tenham vontade de serem ordenhadas;
- Necessidade de profissional qualificado e apto para manipular a ordenha;
- Assistência técnica de qualidade;
- Avaliar custo-benefício de instalar a tecnologia na propriedade.
As vantagens desse tipo de ordenha são:
- Flexibilidade para realizar outras tarefas na propriedade;
- Elasticidade de horários;
- Menos necessidade de mão de obra;
- Os animais se adaptam rapidamente;
- Geração de relatórios constantemente;
- Análise do leite feita por condutividade elétrica do leite de cada teto separadamente, conseguindo assim detectar o leite que não está dentro dos padrões de qualidade e desviá-lo para outro tanque.
Esse tipo de sistema de ordenha ainda é dividido em duas formas: a de fluxo guiado e a de fluxo livre.
- Fluxo guiado: a vaca para acessar o robô/ordenha ou conseguir ir para a pista de alimentação, passa por um portão com sensor. Se o intervalo entre ordenhas não for adequado (programada no sistema), a vaca não é ordenhada e será liberada de forma direta para a pista de alimentação.
- Fluxo livre: não tem o portão para guiar, ou seja, a vaca pode comer, ir até o robô e ser ordenhada quando sentir vontade.
Para realizar a avaliação do custo dessa tecnologia, é preciso fazer a análise de alguns dados: número de vacas em lactação, produção por vaca, custo com mão-de-obra, valor de investimento inicial e de manutenção do equipamento. É importante comparar a funcionalidade entre a ordenha mecânica e ordenha robotizada.
Por fim, vale ressaltar que independentemente do tipo de ordenha implementado e utilizado na propriedade, é importante que o momento ordenha seja realizado de maneira higiênica, para evitar a transmissão de doenças, por exemplo, a mastite, e a contaminação do leite, além de garantir o conforto, bem-estar das vacas e consequentemente maior produção de leite com qualidade.
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