A cafeicultura é uma atividade agrícola de grande importância econômica, e a proteção das plantações de café contra pragas e doenças desempenha um papel fundamental na obtenção de colheitas saudáveis e produtivas.
Neste artigo, vamos explorar as estratégias de tratamento fitossanitário para a cultura do café, destacando como adaptá-las de acordo com a pressão de pragas e doenças em diferentes regiões.
Identificando as Principais Ameaças
Antes de implementar qualquer tratamento fitossanitário, é crucial identificar as principais pragas e doenças que afetam a cafeicultura.
Essa análise preliminar permite direcionar os esforços para as ameaças mais relevantes. Algumas das ameaças mais comuns incluem o bicho mineiro e a ferrugem.
Áreas com o vermelho mais forte: presença constante da doença/praga
Áreas com o vermelho mais fraco: presença média doença/praga
Áreas em branco: pouca presença da doença/praga
O Desafio do Bicho Mineiro
O bicho mineiro é uma praga que exige atenção especial, e sua pressão varia de acordo com a região.
Em áreas de alta pressão, onde o clima é mais seco e quente, a presença do bicho mineiro é constante, com picos em janeiro e durante a estação seca, que se estende de abril a outubro. Nas regiões de baixa pressão, a intensidade é menor, com possíveis ataques em janeiro, seguidos de um período mais tranquilo até abril.
Lidando com a Ferrugem
A ferrugem é outra preocupação significativa para os cafeicultores. Sua pressão varia de maneira inversa em relação ao bicho mineiro.
Em regiões mais quentes e secas, a pressão da ferrugem é menor, enquanto em áreas úmidas e frias, ela é mais intensa.
Na região de alta pressão, a ferrugem começa a se manifestar em novembro, com maior incidência a partir de fevereiro. É importante ressaltar que o manejo da ferrugem deve ser preventivo, não reativo.
Estratégias de Tratamento Fitossanitário
Agora que entendemos a dinâmica das ameaças, vamos abordar as estratégias de tratamento fitossanitário, focando em aplicações de drench e foliares.
Regiões de Alta Pressão
Em regiões com alta pressão de pragas como o bicho mineiro, recomendamos três aplicações de solo.
A primeira aplicação de drench ocorre em agosto, seguida por uma segunda aplicação de um fungicida, o triazol, e o neonicotinoide em outubro ou novembro. A terceira aplicação de neonicotinoide ocorre entre janeiro e fevereiro.
Essa estratégia tem se mostrado eficaz no Cerrado Mineiro, onde a pressão do bicho mineiro é elevada.
Regiões de Média Intensidade
Em regiões com pressão moderada, como média intensidade de bicho mineiro, é possível simplificar o tratamento.
Nesse caso, a primeira aplicação de agosto pode ser omitida. A estratégia consiste em uma aplicação de triazol e neonicotinoide em outubro ou novembro, seguida pela segunda aplicação de neonicotinoide entre janeiro e fevereiro.
Regiões de Baixa Pressão
Em regiões onde a pressão das pragas é baixa, como o bicho mineiro quase não representa uma ameaça, é possível reduzir ainda mais o tratamento.
Nesse cenário, a terceira aplicação de neonicotinoide pode ser excluída, com foco na aplicação de triazol e neonicotinoide em outubro ou novembro.
Conclusão
O tratamento fitossanitário da cultura do café é fundamental para garantir a qualidade e a produtividade das colheitas.
Ao adaptar as estratégias de aplicações de drench e foliares de acordo com a pressão das pragas e doenças em sua região, os cafeicultores podem otimizar seus recursos e proteger suas plantações de maneira eficaz.
Lembre-se sempre de trabalhar de forma preventiva, antecipando as ameaças antes que se tornem problemas sérios.
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