Na busca pelo equilíbrio entre as necessidades econômicas e as ambientais, estamos lidando cada vez mais com exigências e pressões de preservação do meio ambiente nas nossas atividades.
O atendimento dessas demandas vai além da busca pela conformidade com as legislações e traz benefícios diretos ao produtor.
Neste material, vamos abordar 2 exigências ambientais que podem fazer muito pelo seu negócio: preservação de matas ciliares e gestão de resíduos sólidos.
Preservação de Matas Ciliares
As Áreas de Preservação Permanente (APP) são aquelas com funções específicas na preservação do meio ambiente. Dentre elas temos as matas ciliares, que compõem a vegetação ao redor dos cursos d’água. Água e matas são indissociáveis.
Então, para uma manutenção sustentável da água em sua propriedade é absolutamente necessário a preservação das matas ciliares.
Os recursos hídricos são os mais valiosos mantenedores da vida na Terra. E a nossa lavoura é viva! Garantir água em sua propriedade, seja através da manutenção de rios e lagos ou através das águas subterrâneas, é a principal forma de contribuir com a longevidade da sua produção e reduzir o risco de exposição às crises hídricas.
Os principais benefícios que as matas ciliares geram são:
- Potencializam a infiltração e o armazenamento da água da chuva, elevando o nível dos lençóis freáticos, gerando reservas para os tempos de seca;
- Criam barreiras e filtros evitando que terra (assoreamento) e produtos químicos atinjam os corpos d’água;
- Estruturam o solo através de suas raízes evitando casos de erosão,
- Formação de corredores naturais tanto de flora, quanto de fauna, afetando diretamente a biodiversidade da região, o que pode auxiliar, por exemplo, no controle de pragas.
Fonte: Manual de preservação de matas ciliares para produtores rurais, Governo do Estado de São Paulo, 2006
O tamanho da área de preservação de matas ciliares varia de acordo com o tipo e o tamanho de cada corpo hídrico da propriedade.
Nas imagens abaixo você encontra exemplos de diferentes tipos de corpos hídricos e referências de áreas mínimas de preservação de acordo com a largura do ecossistema aquático.
Fonte: Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Departamento de proteção da biodiversidade, São Paulo, 2009
Fonte: WWF Brasil
Caso você queira aprofundar no assunto, você encontra informações detalhadas a respeito da proteção de vegetação nativa na LEI Nº 12.651, conhecida como Código Florestal.
Gestão de Resíduos Sólidos
Antigamente, a gestão do lixo nas fazendas era feita através de queimada, o que se tornou crime ambiental desde 1998. Em 2010, surge a Lei 12.305 – Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que organiza como o nosso país lida com sua produção de lixo, incluindo os originários da produção agrícola. Ela é a lei mais relevante sobre esse assunto, entretanto, outras normas, como a NBR 10.004 de 2004, nos auxiliam na classificação dos resíduos e consequentemente na sua destinação final.
A periculosidade de um resíduo é classificada em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, podendo apresentar risco à saúde pública e ao meio ambiente quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma inadequada. A NBR10.004 classifica os resíduos sólidos em 3 categorias:
- Resíduos de Classe I – Perigosos;
- Resíduos de Classe II A – Não perigosos Não-inerte;
- Resíduos de Classe II B – Não perigosos Inerte;
Apesar da distância dos centros urbanos ser um complicador na destinação dos resíduos, as fazendas também precisam atender às normas da PNRS, que promove a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida de um produto (da sua fabricação até o seu descarte) e a logística reversa (coleta e a restituição dos descartes ao fabricante).
Fonte: JS soluções ambientais
Dentro da fazenda, a gestão destes resíduos passa pelas seguintes etapas:
- Correto acondicionamento;
- Separação por tipo de resíduos;
- Armazenamento temporário;
- Coleta e transporte;
- Destinação final.
A tabela abaixo, adaptada da Embrapa, ilustra um exemplo de classificação de resíduos de uma fazenda.
Fonte: Adaptada de Embrapa
Além do atendimento a legislação e a proteção ao ambiente, o gerenciamento de resíduos traz benefícios para a sua propriedade, como:
- Controle de insumos: ambientes organizados facilitam o controle da entrada e saída de insumos, especialmente em relação aos defensivos agrícolas.
- Bem estar: ambientes organizados, além de contribuir esteticamente, oferecem conforto para quem o utiliza e fortalecem a cultura de “cada coisa no seu devido lugar”.
- Produção de fertilizantes: seja uma pequena composteira proveniente da cozinha ou um biodigestor alimentado pela pecuária, a produção de fertilizantes sempre encontrará um bom uso dentro da fazenda.
Considerações finais
Adequar as práticas agrícolas à legislação ambiental não é apenas uma exigência, mas um investimento estratégico que traz benefícios tangíveis e intangíveis a você produtor.
A preservação das matas ciliares e a gestão adequada de resíduos sólidos são dois exemplos, dentre tantos, de exigências que impactam diretamente na saúde do ecossistema, na qualidade dos recursos naturais e no bem-estar geral da fazenda.
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