Efeitos do El Niño e nematoides estarão presentes ao longo da safra, mas os bioinsumos oferecem benefícios para a mitigação destes problemas
Com o plantio de soja no país praticamente finalizado, e a expectativa de uma produção ligeiramente abaixo do ciclo 22/23, segundo a Consultoria Agroconsult, que estima cerca de 158,8 milhões de toneladas na safra 23/24, o produtor precisa estar atento a situações que podem prejudicar o desenvolvimento do plantio, especialmente em um momento de instabilidade climática e de alta incidência de pragas nas lavouras.
Estiagem ou chuvas extremas, acompanhadas de um calor intenso estão diretamente atrelados ao El Niño, um fenômeno temido por muitos agricultores. Mas, além dele, ainda temos as pragas, como os nematoides, por exemplo, muito conhecidos pelos sojicultores, que afetam grandes culturas de verão.
“São ocorrências comuns dentro das lavouras, e que causam perdas calculadas em milhões de reais por ano. E com o passar dos anos, isso vem se tornando cada vez mais recorrente. Felizmente, há inúmeras formas de se proteger, e o uso de bioinsumos é uma delas”, explica Tiago Santo, doutor em Agronomia e representante da área de Desenvolvimento de Mercado da Agrobiológica Sustentabilidade, empresa da holding Crop Care.
O especialista destaca que os bioinsumos podem atuar tanto na prevenção de pragas nas lavouras de soja, quanto para minimizar os impactos causados por condições climáticas extremas.
“Em algumas regiões específicas do país, onde o solo agricultável advém de uma formação geológica mais antiga, há, muitas vezes, uma alta incidência de nematoides, por exemplo. Isso é muito comum no centro-oeste brasileiro, onde há casos de áreas de cultivo abandonadas por conta desse problema, que pode ser mitigado com a aplicação de produtos de fabricação biológica, a base de bactérias ou fungos, também chamados de bionematicidas”, explica Santo. Esses produtos atuam como uma espécie de “predador” para os nematoides, capturando esses vermes e chegando a neutralizá-los em diferentes fases do ciclo de desenvolvimento.
Além das pragas e das condições climáticas desafiadoras para o cultivo de soja no país, há outro fator muito comum no Brasil que impacta as plantações: a deficiência de fósforo no solo. “Existem produtos específicos de formulação biológica conhecidos como microrganismos eficientes, que atuam como solubilizadores e condicionadores de solo. O solo brasileiro é historicamente deficiente desse elemento, e esse tipo de produto ajuda a planta desenvolver um sistema radicular mais profundo, que consegue ‘capturar’ o fósforo, garantindo uma maior absorção de nutrientes e promovendo o crescimento saudável das raízes, o que as tornam mais resistentes e resilientes a pragas e a condições climáticas extremas. É um produto muito versátil que ajuda a prevenir problemas em diferentes estádios fenológicos de desenvolvimento da planta”, destaca o especialista da Agrobiológica.
“Os biológicos podem não ser a solução para todos os problemas nas lavouras, mas oferecem prevenção para a maioria deles. Isso vale tanto para a soja quanto para outras culturas. Com o plantio da soja praticamente finalizado, além dos desafios do clima, o produtor deve estar atento a pragas e doenças, e poder contar com um parceiro que ajuda na mitigação de riscos inerentes a estes dois últimos fatores, com certeza é uma ótima alternativa para os agricultores”, finaliza Santo.
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