O benchmarking em fazendas leiteiras é uma ferramenta valiosa que pode trazer diversos benefícios para os produtores.
Ele envolve a comparação de indicadores de desempenho específicos entre as fazendas, o que vai permitir a identificação de áreas de melhorias e a adoção de práticas que aumentem a eficiência e a lucratividade da atividade.
Nesse texto iremos discutir sobre a definição de benchmarking e sua relação e aplicabilidade dentro de uma fazenda leiteira. Além disso, vamos tratar dos principais elementos do benchmarking, como a coleta de dados, a definição de indicadores e a implementação de melhorias.
O que é benchmarking?
O benchmarking, que em definição quer dizer avaliação comparativa, busca por meio de análise de mercado, entender as metodologias, serviços e produtos de uma empresa, podendo ou não ser do mesmo segmento e compará-los com os seus.
Quando vamos realizar essa análise, podemos ter dois tipos diferentes de benchmarking:
- Interno: a fazenda faz uma avaliação entre os setores internos, ou seja, é aquela comparação com o próprio desempenho ao longo do tempo.
- Externo: nesse caso, há a comparação da fazenda com outras fazendas ou com padrões do setor.
O processo envolve coletar dados sobre diversas áreas da operação, como a produção, os custos, a eficiência de uso de recursos, qualidade dos produtos, dentre outras métricas relevantes.
Mas qual a relação do benchmarking e a fazenda leiteira?
A atividade leiteira passou muito tempo não sendo considerada uma empresa, fato esse que ao longo dos anos foi mudado.
Essa visão empresarial na percepção dos produtores é importante para a garantia da sustentabilidade, eficiência e lucratividade a longo prazo, além de que é cada vez mais notório a permanência na atividade quem tem eficiência tanto técnica como economicamente.
Dentre as importantes razões de enxergar o negócio leite como uma empresa, podemos citar 5 principais:
- Gestão financeira: uma gestão financeira rigorosa é fundamental em qualquer tipo de negócio, e isso inclui ter o controle de receitas e despesas, planejar investimentos e gerir o fluxo de caixa.
- Planejamento estratégico: é importante que toda empresa tenha um planejamento estratégico com a definição de metas e também de ações necessárias para alcançá-las. Esse planejamento estratégico se torna imprescindível principalmente para que seja possível adaptar a fazenda às mudanças no mercado.
- Eficiência operacional: a busca contínua por melhorias na eficiência das operações com o intuito de reduzir os custos e elevar a produtividade é algo habitual nas empresas e consequentemente nas fazendas, onde o uso eficiente dos recursos, onde se inclui insumos, mão de obra, terra e água podem fazer muita diferença entre lucro e prejuízo.
- Gestão de pessoas: a gestão de pessoas, onde está incluso treinamentos, segurança e boas condições de trabalho é essencial para o sucesso da operação. E assim como uma empresa, a fazenda depende de uma equipe qualificada, alinhada e motivada.
- Tomada de decisão baseada em dados: a utilização dos dados para tomar decisões informadas é algo usual nas empresas modernas e nas fazendas isso não deve ser diferente, e isso significa monitorar os indicadores-chave, como produtividade, os custos e o desempenho do negócio.
Dentro desta percepção, o uso do benchmarking pode ser fundamental dentro das propriedades leiteiras, trazendo possibilidades de comparar, até mesmo dentro dos mesmos níveis tecnológicos, a diferença produtiva e sustentável do negócio.
Exemplo de benchmarking de uma fazenda leiteira, onde é realizada a comparação de alguns indicadores com as fazendas top 5 que estão inseridas e também a média de todas as fazendas e a diferença entre essas comparações, demonstrando através dos símbolos se a fazenda comparada está melhor, igual ou pior que as top 5 ou a média. Fonte: Rehagro Consultoria.
Quais são os principais elementos do benchmarking em uma fazenda?
Sabendo então que o benchmarking permite a comparação do desempenho da fazenda com padrões de referência, existem alguns elementos essenciais para que seja possível então identificar áreas de melhoria e adotar práticas que elevem a eficiência. Dessa forma, podemos citar alguns componentes:
- Coleta de dados: é considerada a primeira etapa e nela está envolvida a junção de informações bem detalhadas sobre a operação da fazenda. Através da coleta de dados é possível observar quais práticas as melhores fazendas estão utilizando para obterem sucesso e, consequentemente, inspirar-se nessas para traçar novas metas, avaliar oportunidades e ameaças.
- Definição de indicadores: a segunda fase consiste na definição dos indicadores de desempenho que irão ser monitorados. É importante ressaltar que esses indicadores são variáveis conforme cada tipo de fazenda e seus objetivos. Como exemplo destes indicadores podemos citar a produção em litros de leite por vaca por dia, custo por litro de leite produzido, custo com alimentação, sanidade ou reprodução e até mesmo taxas de mortalidade de animais.
- Análise de desempenho: nessa análise pode ser realizada a identificação de desvios, ou seja, observar onde a fazenda apresenta desempenho inferior às outras fazendas ou indicadores comparados.
- Implementação de melhorias: posterior a identificação de pontos de melhoria, é fundamental que sejam implementadas novas estratégias ou práticas que otimizem a operação, com o intuito de atingir novas metas.
- Revisão e ajuste de estratégias: o benchmarking não é nem pode ser considerado um processo único, ele deve ser contínuo, ou seja, a fazenda deve coletar dados, fazer comparações, buscar oportunidades e ajustar práticas que vão contribuir para a melhoria da eficiência e competitividade.
Considerações finais
Para preparação do benchmarking é fundamental realizar o diagnóstico da fazenda, ou seja, entender os pontos fracos e fortes dentro do seu negócio e estabelecer indicadores que serão comparados.
Após isso, é preciso em partes entender as fazendas que estão sendo comparadas, obter dados dos indicadores, comparar as informações e, por fim, elaborar um plano de ação.
O benchmarking não deve ser meramente uma cópia de negócios, e sim servir como ferramenta para entender a situação atual da atividade e direcionar para onde quer chegar. Lembre-se, nem sempre o que a outra fazenda faz é melhor do que a sua faz, é preciso entender os contextos e as particularidades de cada propriedade.
Dessa forma, após reconhecer a oportunidade e com o plano de ação em mãos é necessário colocar em prática o que foi proposto, engajar os colaboradores, checar se está sendo cumprido e agir caso as metas propostas não forem atingidas.
Por fim, o produtor terá como retorno aperfeiçoamento das técnicas e habilidades gerenciais, retorno econômico e sustentabilidade da atividade.
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Autores: João Pedro dos Santos e Laryssa Mendonça – Equipe Leite Rehagro