O Sistema FAEP está avançando na implantação da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) no Paraná. No dia 14 de agosto, o projeto foi apresentado aos dez sindicatos rurais cujos municípios receberão turmas-piloto em 2025, abrangendo sete cadeias produtivas (confira na página 12). A ATeG do Sistema FAEP é um serviço gratuito que oferece acompanhamento personalizado aos produtores rurais paranaenses, com o objetivo de melhorar a produção agropecuária, aumentar a rentabilidade do negócio e promover o desenvolvimento sustentável.
A partir do ano que vem, o projeto-piloto será implementado em Cianorte, Cornélio Procópio, Faxinal, Ivaiporã, Marialva, Cascavel, Guarapuava, Ortigueira, Rio Azul e Francisco Beltrão, totalizando um município por regional do Sistema FAEP (a Regional Curitiba já foi contemplada com a fase de teste). Nesta nova etapa, o programa vai abranger as cadeias produtivas de olericultura, frutas, café, apicultura, ovino e bovinos de corte e de leite. A seleção foi baseada em três critérios: variedade de cadeias produtivas e regiões, tamanho dos sindicatos rurais e logística para atendimento.
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Em cada cidade, será mobilizada uma turma, formada por 25 a 30 produtores rurais, dedicada a uma cadeia produtiva entre as sete definidas. As turmas serão acompanhadas por dois supervisores de campo, de acordo com a região. As visitas técnicas serão mensais, com atendimento planejado e individual, com duração de dois anos, proporcionando um atendimento personalizado às demandas e necessidades de cada produtor. Futuramente, a ATeG do Sistema FAEP vai estar disponível para todos os municípios do Paraná.
“A construção da ATeG será feita juntamente com os sindicatos rurais, para trazer melhorias na formação técnica do produtor e na gestão operacional da propriedade. É um processo que envolve a cadeia como um todo, dentro e fora da porteira”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “Esse projeto é um grande divisor de águas no Paraná, fortalecendo a cadeia produtiva e o sistema sindical lá na base, por meio da qualificação do produtor rural”, complementa.
Para participar da ATeG, a principal atividade do produtor rural na propriedade deve ser relacionada à cadeia produtiva determinada para a sua região. Além disso, ele deve estar disposto a implantar as orientações de gestão, receber visitas técnicas e participar das ações de Formação Profissional Rural (FPR) e Promoção Social (PS) do Sistema FAEP.
“A ATeG vai levar educação e desenvolvimento ao produtor rural, com foco na eficiência produtiva, maximizando a rentabilidade e reduzindo custos”, afirma Vanessa Reinhart, técnica do Sistema FAEP.
Sindicatos na mobilização
A apresentação da ATeG contou com a participação de presidentes, diretores, mobilizadores e representantes dos dez sindicatos rurais selecionados para o programa, além de integrantes da Comissão Estadual de Mulheres da FAEP (CEMF), que trabalharão em parceria com as entidades sindicais para a condução do programa nos municípios.
“A CEMF estará à disposição para dar apoio aos sindicatos rurais. Essa parceria será fundamental para o processo de mobilização dos produtores e para que o programa seja desenvolvido da melhor forma, atendendo às particularidades de cada região e de cada cadeia produtiva”, aponta Adriana Botelho, coordenadora da CEMF em Guarapuava.
As atribuições do mobilizador incluem identificar propriedades rurais para compor as turmas de ATeG, divulgação do trabalho do sindicato rural, apoio logístico ao técnico de campo e supervisor, realizar atividades e ações para sensibilização, recrutamento e capacitação dos produtores rurais, além do monitoramento das turmas de ATeG.
O presidente do Sindicato Rural de Francisco Beltrão, Albino Poposki, considera a ATeG uma iniciativa inovadora extremamente bem-vinda para a região Sudoeste. “O produtor tem essa necessidade de assistência técnica, mas até então não tínhamos um programa mais aprofundado nesse sentido. O agro paranaense só tem a ganhar com esse projeto, que promete resultados excelentes”, avalia.
Veja quais municípios receberão a ATeG nesta nova fase e quais as cadeias produtivas contempladas em casa local:
Segundo a mobilizadora Dilvana Munaretto, o Sindicato Rural de Francisco Beltrão já havia identificado essa demanda entre os produtores da região, o que reforça a expectativa positiva. “A ATeG será um diferencial na capacitação profissional dos produtores, agregando mais conhecimento junto com os cursos do Sistema FAEP. Acredito que será uma aliada do produtor, trazendo mais rentabilidade e produtividade”, complementa.
Para Cloir Batista do Nascimento, representante do Sindicato Rural de Marialva, a ATeG vai fortalecer ainda mais a fruticultura da região, principalmente devido ao destaque na produção de uva. “Esse programa vai incentivar nossos produtores a permanecerem na atividade, além de auxiliar na identificação do que está sendo feito corretamente, do que precisa ser aprimorado e de como aplicar os investimentos da maneira mais eficaz”, resume.
Na avaliação de Cristiano Leite Ribeiro, diretor suplente do Sindicato Rural de Cornélio Procópio, a implantação da ATeG no Paraná é a realização de um sonho. “É um novo passo importante. Além de treinar o produtor, acompanhá-lo na sua produção e ajudá-lo, por meio da assistência dentro da propriedade, a alcançar maiores níveis de produtividade e tecnicidade, esse programa vai proporcionar melhoria da qualidade de vida”, conclui.
Primeiros passos da ATeG
Em 2023, quatro turmas-piloto da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) deram início à fase de testes da ATeG do Sistema FAEP, com foco nas cadeias produtivas da olericultura. Ainda em andamento, o programa contemplou produtores dos municípios de São José dos Pinhais, Mandirituba, Rio Branco do Sul e Cerro Azul. Até o momento, 105 propriedades rurais estão recebendo atendimento personalizado, com mais de mil visitas técnicas realizadas. Todos os meses, o técnico de campo da ATeG passa duas horas tratando da parte gerencial do negócio e outras duas visitando a produção na propriedade.
(Com FAEP)