O Paraná terá um período de calor intenso a partir deste sábado (17) em função de uma massa de ar quente e seco que se estabilizou na região central do País. De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), várias cidades apresentarão temperaturas máximas próximas dos 30°C.
O aumento da temperatura amplia a chance de ocorrência de incêndios, algo extremamente prejudicial para áreas com grande quantidade de vegetação, como as Unidades de Conservação do Paraná (UCs). Por isso, o Instituto Água e Terra (IAT), órgão responsável pela gestão dos espaços, emite um alerta para que os visitantes das UCs estaduais no próximo fim de semana estejam atentos e avisem o Corpo de Bombeiros pelo número 193 caso avistem foco de incêndio nos locais. O fogo pode causar danos irreversíveis à fauna e à flora em áreas florestais.
Dias difíceis: Calor, baixa umidade do ar e possibilidade de granizo
A importância do manejo e da conservação de solo
Meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib explica que as temperaturas altas não são os únicos fatores que aumentam a ocorrência de incêndios. “A massa de ar que está causando o aumento nas temperaturas também trará índices de umidade do ar extremamente baixos. Além disso, a vegetação e o solo estão mais secos por conta das geadas ocorridas no Estado nos últimos dias. A combinação desses ingredientes é o que aumenta o risco de incêndios florestais”, afirma.
Algumas das maiores temperaturas serão registradas em municípios que abrigam UCs abertas à visitação. Paranaguá, no Litoral, onde fica localizado o Parque Estadual Ilha do Mel, tem máxima prevista de 28°C no sábado. Já na Região Metropolitana de Curitiba, Piraquara e Quatro Barras, locais do Parque Estadual da Serra da Baitaca, chegarão a 27°C e 28°C, respectivamente.
Nos Campos Gerais, Ponta Grossa, onde fica o Parque Estadual Vila Velha, a máxima prevista é de 29°C, e Tibagi, local do Parque Estadual do Guartelá, chegará a 30°C. As maiores temperaturas do Estado serão registradas na região Norte, como em Cornélio Procópio, que abriga o Parque Estadual Mata São Francisco, onde os termômetros devem bater os 33°C.
PREVENÇÃO – A orientação para quem avistar um foco de incêndio em uma Unidade de Conservação é acionar o Corpo de Bombeiros pelo número 193. Durante a ligação, forneça o máximo de detalhes possível sobre o local e as condições do incêndio, para facilitar a atuação dos profissionais. Outras recomendações incluem se afastar do lugar para evitar acidentes e alertar a equipe do IAT responsável pela unidade, que também saberá como lidar com as chamas.
O instituto possui duas linhas de atuação com o objetivo de combater e monitorar incêndios florestais: o Programa de Prevenção de Incêndios na Natureza (Previna) e o programa de voluntariado em Unidades de Conservação (VOU), que proporciona a formação de brigadistas voluntários.
O Previna foi estabelecido em 2018 com o Decreto Estadual nº 10.859 para proporcionar a preservação dos patrimônios ambientais existentes no Estado. Ele vincula ações de meio ambiente, segurança pública e defesa civil para identificar recursos e organizar a resposta, garantindo que seja rápida e efetiva. Uma parte importante do programa envolve a sociedade civil. Assim as atividades de prevenção se multiplicam.
ÁREA VERDE – O Paraná possui atualmente 73 Unidades de Conservação catalogadas pelo IAT, das quais 25 estão atualmente abertas para visitação. Esse montante compreende 26.250,42 km² de áreas protegidas por legislação, formadas por ecossistemas livres que não podem sofrer interferência humana ou àquelas com o uso sustentável de parte dos seus recursos naturais, como os parques abertos à visitação pública.
Essas áreas de proteção são divididas em UCs estaduais de Uso Sustentável (com 10.470,74 km²), UCs estaduais de Proteção integral (756,44 km²), Áreas Especiais de Uso Regulamentado (Aresur), 152,25 km², e Áreas Especiais e Interesse Turístico (AEIT), com 670,35 km², todas com administração do Governo do Estado.
O cenário se completa com as Reservas Particulares do Patrimônio Natural, as chamadas RPPNs, que somam atualmente 553,83 km²; terras indígenas, com 846,87 km²; e Unidades Federais, de 8.840,39 km², sendo o Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, a área mais simbólica; e Unidades Municipais (3.959,55 km²), como o Parque Barigui, em Curitiba.
(Com AEN/PR)