Opinião/Informação:
Essa “recomendação” era mais do que esperada por alguns motivos. O primeiro deles é que um estado bagunçado com sua regularização fundiária não pode pensar em “crédito de carbono” e “REDD+”. Um estado sem o Zoneamento Ecológico-Econômico não pode pensar em “crédito de carbono” e “REDD+”. São dois assuntos que não foram solucionados nos governos Lula 1, Lula 2, Dilma 1,5, Temer 1, Bolsonaro 1 e, até agora, no Lula 3. O mesmo se aplica aos governos Braga 1, Braga 2, Omar 1 (que teve mais alguns meses do primeiro mandato), Melo, David, Amazonino, Wilson 1 e Wilson 2 (até o momento). Alguns doutores em clima e ambiente vão aparentar estar chateados com essa recomendação do MPF-AM, mas eu arriscaria dizer que estão satisfeitos, pois, para atender ao que foi recomendado, levaremos mais algumas décadas para que nossos caboclos sejam beneficiados. O santuário de pobreza vai perdurar por mais tempo. Vejo novamente a questão da “falta de consulta prévia” aos indígenas, povos e comunidades tradicionais entre as recomendações, como acontece com a BR-319, o potássio de Autazes, o petróleo e, agora, o crédito de carbono e o REDD+. Eu avisei o governador do Estado, daqui do meu espaço, quando percebi o “teatro ambiental” armado pela SEMA recentemente sobre o crédito de carbono e o REDD+. Eu disse que não avançaria. Agora, diante de tantos erros da equipe ambiental ao longo dos anos, não entendo a opção por não mudar a SEMA, experimentar técnicos locais da UFAM/UEA/SEPROR/SEMA. Será que não mudam em razão da especialidade em captar recursos internacionais? O que adiantou se o caboclo que preservou o verde está passando fome. Essa insistência não está fazendo bem ao governo estadual. Ainda tem a questão levantada no relatório da CPI das ONGs sobre a ligação de agentes públicos e privados na área ambiental.
Tenho pena, muita pena da “família da canoa”.