Opinião/Informação:
Não vi este artigo circulando em jornal do Amazonas, só na FOLHA. Será que há alguma razão para isso? Seria um bom momento para mostrar, nas páginas da FOLHA, quem recebeu os milhões pagos em “assistência técnica” nas unidades de conservação com recursos da Alemanha, Noruega (que continuam poluindo o planeta), enfim, do Fundo Amazônia. Quais foram os resultados obtidos dessa “assistência técnica”? O objetivo deste artigo é claro, é mais “financiamento para a adaptação”. É inaceitável essa frase de que “...é urgente pensar mais em adaptação do que em ações emergenciais...”. Quanta insensibilidade com o ribeirinho, indígena, extrativista, produtor rural, povos e comunidades tradicionais que estão ficando isolados com a seca, sem energia, sem internet, sem celular, sem poço artesiano, sem sementes, sem mudas, sem ZEE, sem assistência técnica verdadeira, sem a mínima dignidade. Não vi uma citação no artigo aos inaceitáveis R$ 50 reais de bolsa floresta por longos 14 anos para menos de 1% do público que preservou a floresta ao mundo, aos países poluidores que esquentaram o planeta e ainda continuam na mesma direção. Abaixo, vou mostrar ao leitor da FOLHA um vídeo deste final de semana, no interior do Amazonas. Pergunto: Como esses ribeirinhos iriam encarar a afirmativa do autor do artigo de que tem coisa mais importante do que “ações emergenciais“. Como esses ribeirinhos receberiam a proposta de que o caminho deve ser “gestão, inovação e financiamento” quando nem água ele tem acesso. Falar em “gestão” sem dizer para quem, valor, onde e qual resultado da aplicação de milhões em “assistência técnica” com o Fundo Amazônia é brincar com o povo pobre e faminto do meu Amazonas. Acabo com a frase do autor deste artigo, real objetivo dessa publicação, onde ele diz que “poderemos buscar fontes de financiamento nacional e internacional”. É impressionante o foco em mais recurso, esquecendo de dizer no artigo que sua ONG já recebeu meio bilhão de recursos financeiros. Como foi a “gestão” disso? Também não disse no artigo que está recebendo mais R$ 78 milhões do banco alemão para fazer “comando e controle” e “bioeconomia” com o estado, com a SEMA.
Tem mais, mas fico por aqui. Deixo com os parlamentares amazonenses, MP-AM e com o MPF-AM, afinal, foram recursos para indígenas e povos e comunidades tradicionais. Observem os destaques em vermelho e avaliem. Com o apelo abaixo, certamente vem mais, contudo, já estamos com 65.6% sem comida, isolados e doentes. Os recursos financeiros já existem, mas sempre foram mal aplicados, não chega na ponta, fica no meio do caminho. É assim que queremos novamente? Se for, deixa ficar assim mesmo. Eu quero que mude!
Anexo:
- Charge do Myrria sobre as COPs
- Dois vídeos da área rural do Amazonas (2023 e 2024)
- Trecho da CPI dos ONGs que fala dos milhões em “assistência técnica”
- Artigo da FOLHA SP
THOMAZ RURAL