Produtores rurais em ação. O movimento SOS Agro RS planeja realizar, no dia 8 de agosto, o “maior tratoraço da história do Brasil” em Porto Alegre. O objetivo da manifestação é pressionar o governo federal a atender às reivindicações dos produtores rurais gaúchos, que enfrentam dificuldades financeiras após anos de seca e as chuvas e enchentes de maio. A ideia do protesto surgiu na sexta-feira, 19 de julho, durante um evento no parque de exposição da Expoagro Afubra, em Rio Pardo, e foi anunciada nesta segunda-feira, 22 de julho, no grupo do SOS Agro no WhatsApp.
Lucas Scheffer, um dos organizadores do movimento, informou que o local exato da manifestação será definido durante esta semana. A proposta atual é transportar os tratores para a capital usando caminhões, descartando a circulação dos veículos pela cidade ou rodovias.
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“Temos duas ou três opções logísticas. Vamos discutir com a EPTC, a Brigada Militar, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Rodoviária Estadual para determinar as melhores possibilidades”, afirmou Scheffer, produtor rural de Cacequi.
Antes do protesto, o Palácio do Planalto deve editar uma medida provisória anunciada pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, prevista para 30 de julho. Conforme antecipado por Fávaro na semana passada, a medida deve incluir o perdão de dívidas nos casos de perda total devido às calamidades de abril e maio, e um desconto proporcional em outros casos. O SOS Agro RS apoia as propostas da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), que sugerem um prazo de pagamento de 15 anos, com dois anos de carência e juros anuais de 3%.
“Vamos fazer o ‘tratoraço’ para cobrar ou comemorar, mas, na verdade, será difícil ter algo para comemorar. Continuamos mobilizados para pressionar o governo”, afirmou Scheffer, acrescentando que não haverá motivo para a manifestação se todas as reivindicações forem atendidas.
Na sexta-feira, em Rio Pardo, milhares de produtores rurais se reuniram no segundo ato organizado pelo SOS Agro RS em 15 dias – o primeiro ocorreu em Cachoeira do Sul, no dia 4 de julho. Durante o evento, o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, foi o primeiro a sugerir o “tratoraço” em frente à sede do Ministério da Agricultura em Porto Alegre. Uma das queixas mais recorrentes no encontro foi o suposto excesso de anúncios de benefícios para a agropecuária gaúcha pelo governo federal, sem a implementação efetiva das medidas. No final dos discursos, o governador Eduardo Leite afirmou que faria questão de ter “essas pessoas, e muitas mais, em Porto Alegre” caso as propostas não fossem atendidas.
(Por Gaudério News)