A Polícia Civil, através da DECRAB/Bagé, deflagrou, na manhã de quinta-feira (4/7), a Operação Saraquá, que tem por objetivo o enfrentamento dos crimes de furto, receptação e falsificação de defensivos agrícolas, estelionato, além de fraudes de documentos públicos. Ao todo, 34 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nos municípios de Porto Alegre, Passo Fundo, São Borja, São Pedro do Sul, Taquari, Santo Ângelo, Palmeira das Missões, Santa Bárbara do Sul, Salto do Jacuí, Boa Vista do Incra, Rio Pardo, Cruz Alta, Ibirubá, Boa Vista do Cadeado, Panambi, São Sepé, Agudo, Alegrete, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul, além de Bandeirantes (MS) e Jataí (GO).
A Operação Saraquá visa desarticular uma organização criminosa que atua em várias regiões do RS. Mais de 30 pessoas são investigadas pelos crimes rurais. Duas empresas também estão sendo investigadas. A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) atuou junto com a Polícia Civil durante as análises das transações comerciais ocorridas entre investigados e empresas, exercendo papel fundamental no fornecimento de informações e rastreio das vendas ilegais e fraudulentas.
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Uma das empresas do ramo de fertilizantes investigada estava atuando de forma irregular desde agosto de 2023. Foram aprendidos mais de 17.800 litros de fertilizantes, agrotóxicos, celulares dos investigados e armas de fogo. Um homem foi preso em Alegrete.
Segundo o chefe da Divisão de Insumos e Serviços Agropecuários (Disa) da Seapi, Rafael de Lima, foram envolvidos 33 fiscais estaduais agropecuários na ação. “Os documentos apreendidos pela Polícia Civil serão fundamentais para a continuidade das investigações e desdobramentos. O Sistema Integrado de Gestão de Agrotóxicos da Seapi foi uma importante ferramenta no levantamento de informações”, afirmou Lima.
Entenda o caso
As investigações tiveram início no mês de abril de 2023, após a DECRAB/Bagé identificar os autores de dois furtos de defensivos agrícolas no município de Dom Pedrito (RS).
A sequência das investigações resultou na elucidação de vários outros furtos de defensivos agrícolas ocorridos nos municípios de Santana do Livramento, Alegrete, Rosário do Sul, São Gabriel, entre outros.
Também foram identificadas duas empresas que atuam no ramo de venda de defensivos agrícolas e fertilizantes em Porto Alegre, Passo Fundo e Taquari.
Conforme as investigações, as empresas são suspeitas de, além da receptação de produtos agrícolas furtados, atuarem na falsificação de insumos agrícolas.
As empresas, para justificar seus estoques de produtos falsos e/ou furtados, estariam fraudando compras de defensivos agrícolas de pessoas que integram o esquema e que possuem talão de produtor. As notas eram tiradas como se fossem vendas de produtores rurais para empresa com CNPJ, o que é ilegal. As vendas fraudulentas de defensivos agrícolas superam um milhão e cem mil litros, o que leva a uma estimativa financeira superior a R$ 100 milhões.
Segundo o delegado André de Matos Mendes, da DECRAB/Bagé, responsável pelas investigações, com as diligências realizadas hoje, o conteúdo probatório do inquérito policial que apura os fatos ficará bem mais robusto. O objetivo é que nas próximas semanas seja encaminhado ao Poder Judiciário.
Para a realização das diligências a DECRAB/Bagé contou com apoio de policiais das 3° DPRI, 4° DPRI, 5° DPRI, 6°DPRI, 9°DPRI, 13° DPRI, 14° DPRI, 16° DPRI, 19° DPRI, 21° DPRI, 21° DPRI, 26° DPRI, 28°DPRI, equipe Operação Protetores das Fronteiras e Divisas, base Pedras Altas, com também fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), além da Seapi. Fora do Estado, as buscas foram cumpridas pela DELEAGRO/MS e as Delegacias Especializadas GEIC e DEAM, pertencentes à 14ª Delegacia Regional de Polícia de Jataí/GO.
(Com Agricultura/RS)