A pista de alimentação é um componente essencial do barracão para vacas leiteiras, pois influencia diretamente no conforto, saúde e produtividade dos animais.
Um bom projeto de pista de alimentação deve considerar diversos aspectos, incluindo espaço adequado, facilidade de acesso, segurança e higiene.
Nesse texto vamos tratar sobre as mais importantes recomendações para a construção da pista de alimentação nos projetos de barracões para vacas leiteiras, ressaltando principalmente sobre a largura e o piso, onde abordaremos sobre especificações do concreto, inclinação, textura e também sobre os frisos, os quais possuem recomendações muito bem definidas.
Largura da pista de alimentação
A largura da pista de alimentação deve ser suficiente para acomodar a movimentação dos animais e também permitir passagem de tratores ou outros equipamentos.
A largura de 4 metros vem sendo preconizada nos projetos dos barracões, pois assim é possível possibilitar que enquanto uma vaca está comendo a outra possa estar no cocho de água, ambas alinhadas, sem problemas.
Imagem de duas pistas de alimentação, onde com a largura ideal, é possível ter uma vaca no cocho de água e outra na pista comendo ao mesmo tempo sem que ocorra incômodo entre elas. Fonte: João Paulo Pereira
Pisos
As especificações dos pisos da pista de alimentação em um barracão são cruciais para garantir segurança e saúde às vacas. É importante considerar alguns aspectos importantes no projeto e também na manutenção desses pisos.
- Especificações de concreto: deve ser um concreto que suporte a abrasividade do casco, da urina, do dejeto, do esterco. Por isso é importante atentarmos a qualidade do concreto.
- Construção: quanto a utilização de argamassa sobre o concreto ou concreto direto, hoje tem sido mais utilizado o concreto direto, com a altura desse concreto em torno de 12 cm em locais de trânsito de animais e 14 cm em locais com trânsito de máquinas.
- Uso de telas (ferragem): a inclusão desse material também chamado de malha de aço na base do concreto pode aumentar a resistência estrutural e prevenir rachaduras, por isso a indicação é de sempre utilizar nos projetos.
- Caimento: o caimento deve ser no sentido do movimento da vaca, o que facilita o equilíbrio e diminui a chance de lesão e quedas.
- Inclinação: a pista de alimentação deve ter de 1,5 a 2% de inclinação para Compost barn e 2% obrigatoriamente para Free Stall devido à presença da areia e necessidade de fazer limpeza com flushing. Outro ponto importante é o de que essa inclinação deve ser sempre no sentido do comprimento e nunca na largura.
- Textura: é fundamental que a textura não seja lisa demais e provoque escorregamentos e acidentes, mas que não seja muito áspera correndo o risco de provocar lesões de casco. O ideal é que seja uma textura intermediária, ou seja, que evite escorregões, mas que tenha uma facilidade na limpeza. No geral, os especialistas em construção civil e concreto e que fazem as adequações dos lixamentos tem chamado a textura desse piso como “piso camurçado”.
Frisos
Os frisos no piso possuem recomendações muito bem definidas. Eles são responsáveis por proporcionar tração adequada, prevenindo que as vacas escorreguem ou tenham quedas. Quanto às recomendações, temos:
- Os frisos devem ser paralelos entre si e com espaçamento de 8 cm entre eles.
- Largura – 1,5 cm.
- Profundidade – 1,5 cm.
- Orientação: os frisos devem ser sempre no sentido de movimento da vaca. É importante ressaltar que a vaca se movimenta lateralizando, então quando constrói o friso no sentido de movimento dela, ela utiliza o friso como forma de segurança para não escorregar.
- Podem ser feitos com concreto mole ou já curado.
- Feitos com molde ou máquinas de corte: Na grande maioria das construções são utilizadas as máquinas de corte para fazer os frisos, onde apesar de se ter um custo maior, a qualidade é superior, conferindo maior durabilidade e menor chance de quebras ou fissuras do concreto.
Para realização do corte dos frisos, já existem discos diamantados com o tamanho adequado (1,5cm de largura), entretanto, como o serviço para frisar é pesado, há um grande desgaste do disco, o qual possui um custo relativamente alto, o que pode elevar o custo total da construção.
Imagem de máquinas de corte de friso em um concreto já curado. Fonte: João Paulo Pereira
Imagem de um gabarito para fazer os frisos em concreto mole. Fonte: João Paulo Pereira
Pisos especiais
- Piso de borracha: normalmente são utilizados em sala de espera e nos corredores de acesso ao galpão. Essas borrachas, apesar de serem interessantes no sentido de conforto animal e saúde de casco, são de custo elevado, o que podem se tornar inviáveis a depender do projeto.
- Placas coladas ou fundidos no concreto: essas placas macias podem proporcionar melhor amortecimento para os cascos, porém elas podem desgastar mais rapidamente e se desprender com o tempo, principalmente em áreas de tráfego intenso de animais. Além disso, a depender do material das placas e do processo de instalação, pode ser uma opção relativamente cara.
Considerações finais
Em resumo, a pista de alimentação deve ser bem projetada e devemos nos atentar a largura da pista, a composição, dimensionamento do concreto e a confecção de frisos para que seja proporcionado à vaca conforto, segurança, menor risco de lesões e acidentes e consequentemente maior produtividade. Além disso, a atenção aos detalhes no design e na manutenção diária contribuirá para um ambiente eficiente e produtivo.
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