Mariana Rezende – 13 de junho de 2024
O desastre climático no Rio Grande do Sul impactou a produção de grãos nas áreas alagadas. De acordo com a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), estima-se um prejuízo de R$435 milhões para os produtores do estado.
Uma das produções afetadas, é a de arroz. A preocupação inicial é com o preço do grão, visto que o Rio Grande do Sul é o principal produtor nacional e, além disso, o arroz é um dos itens mais importantes na cesta básica brasileira.
Dessa forma, a disparada no preço do produto pode impactar as famílias brasileiras. Portanto, estima-se que a enchente terá consequências econômicas não só no estado, mas no Brasil todo.
O mercado de arroz no Brasil
Por ano, o Brasil produz mais de 10 milhões de toneladas de arroz, quantidade necessária para atender o mercado doméstico. O Rio Grande do Sul é responsável por mais de 70% do total produzido.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a colheita do cereal já estava bastante atrasada em relação a anos anteriores e pode ser ainda mais prejudicada com as chuvas.
Contudo, a maior parte do arroz produzido no país é cultivado em um sistema de irrigação por inundação, onde a produção fica sob uma lâmina de água. Essa característica torna a cultura mais resistente às enchentes.
Perdas na produção de arroz
Até o dia 25 de abril, 78,76% da área total semeada no Rio Grande do Sul já haviam sido colhidos nesta safra de 2023/2024.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) argumenta que as chuvas que atingiram o estado impactarão a produção agrícola, mas ainda seria precipitado fazer qualquer previsão de quantitativo e como isso influenciará o abastecimento e os preços dos alimentos.
Além disso, no relatório “Desastre Climático no Rio Grande do Sul: Uma avaliação preliminar dos impactos econômicos” divulgado pelo Bradesco, indica que 7,5% da produção de arroz no Brasil pode estar comprometida.
Ainda segundo o relatório, essa estimativa pode ser conservadora, uma vez que, não é possível saber o comprometimento da parcela já colhida em fase de beneficiamento.
Impactos na importação de arroz
Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG), o Brasil já importa uma pequena quantidade de arroz de outros países, como o Paraguai.
O Ipead acredita que o anúncio de importação de arroz pelo presidente Lula tenha sido de forma preventiva, caso haja algum tipo de especulação do preço do arroz ou uma impossibilidade mais prolongada de comercialização por conta dos problemas logísticos.
Por outro lado, a Conab informou que vai comprar 200 mil toneladas de arroz já industrializado e empacotado no mercado internacional, de países como Argentina, Uruguai e Paraguai.
Essa medida seria para evitar uma possível escalada no preço do arroz e aumentar a inflação de alimentos.
Impactos no preço do arroz
Espera-se um aumento nos preços do arroz, mas de modo temporário. Ainda de acordo com o relatório do Bradesco, espera-se que o desastre climático impactaria o IPCA nacional na ordem de 0,06 pontos percentuais (p.p.), que deve ser revertido nos meses seguintes.
Contudo, a ampliação na importação de arroz poderia evitar uma alta imediata no preço do arroz.
Conclusão
O desastre climático no Rio Grande do Sul impactará a produção agrícola no país, reduzindo a produção de grãos importantes da cesta básica brasileira.
Grande parte da produção de arroz já havia sido colhida, entretanto, é cedo para dizer a proporção da perda. Além disso, se as perdas na produção forem confirmadas, poderá ter um aumento no preço do item.
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Sou formada em economia e mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atualmente sou doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Economia e graduanda de Ciências Contábeis na mesma instituição.