Opinião/Informação:
O crédito de carbono nasceu em 1997, eu tinha 35 anos. Hoje, tenho 61 anos, considerado idoso. Esta semana, vi na mídia da SEMA falar em “30 anos” para ver se o caboclo sente o “cheiro” do que ele já preserva muitos antes de 1997. Como já disse, é muita incompetência ter uma floresta que vale trilhões por ano e ter 65.6% sem ter o que comer. O pior, continua jogando tudo para o “FUTURO”. Com mais 30 anos, se tudo der certo, eu já terei 91 anos para ver se a “família da canoa” sente a grana no bolso. Até agora, bem poucos, ao longo de décadas, tem se beneficiado com a floresta em pé no Amazonas. Os números do IBGE mostram nossa triste realidade.
Tem mais alguns pontos nessa postagem da SEMA:
- Veja a complexidade de como isso “vai funcionar”. Observe que depois de uma explicação nada pedagógica, ainda usam o “serão comercializados“. É muito teatro, com a Comissão de Meio Ambiente da ALEAM sem pautar esse tema;
- R$ 8 bilhões para beneficiar 8.050 famílias. São muitos bilhões ($) para apenas 8.050 famílias? Isso tá no slide da SEMA;
- O Amazonas tem mais de cinco mil comunidades. Apenas 483 serão beneficiadas. Menos de 10% com 8 bilhões:
- Para onde vai esse dinheiro todo?
- Tem outro detalhe: isso só vale para dentro das UC’s. Isso quer dizer que o caboclo que preserva e tá fora da UC nem daqui há 30 anos?
Continuo achando que o assessor do ministro da agricultura atual, os Estados Unidos, e o próprio governador Wilson Lima tem razão quando já afirmaram que crédito de carbono é para outra geração. Os slides da SEMA, com os trinta anos (e dependendo das inúmeras variáveis) será mesmo para as próximas gerações.
Uma pena! quem sofre é a família da canoa.
THOMAZ RURAL