Com muitas lavouras do Rio Grande do Sul prejudicadas pelas enchentes, a produção e a exportação de soja do estado devem cair, limitando a disponibilidade nacional.
Antes dessa tragédia, agentes de mercado consultados pelo Cepea acreditavam que a maior produção de oleaginosa do RS poderia compensar, ainda que em partes, a redução na colheita em regiões do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil, atingidas por estiagem na safra 2023/24.
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Até o momento, a atividade da retirada do grão atinge 96,4% da área estimada (45 milhões de hectares). Cerca de 78% da safra de soja do Rio Grande do Sul foi colhida e estima-se que até três milhões de toneladas foram perdidas com as enchentes.
“O mesmo raciocínio se faz com o milho. Metade das lavouras não tinham sido colhidas. Nessas culturas as perdas são muito mais significativas e isso vai influenciar no mercado interno, na oferta. Nossa safra de milho foi muito ruim e essa quebra vai fazer falta. Com soja, o impacto, é inegável. Nesse momento as análises são suposições. Somente quando a água baixar teremos a veracidade do prejuízo”, diz o engenheiro agrônomo, Modesto Daga.
Segundo pesquisadores do Cepea, essas incertezas têm estimulado a comercialização envolvendo a soja no spot nacional. Compradores domésticos mostram interesse em garantir seus estoques, e, como a procura externa por soja e derivados está aquecida, o Cepea verifica certa disputa entre demandantes brasileiros e estrangeiros.
Como resultado, os preços subiram para os maiores patamares desde a primeira dezena de janeiro deste ano. Quanto aos embarques, na parcial de 2024 (de janeiro a abril), o Brasil exportou 36,79 milhões de toneladas de soja, um recorde para o período e 10% superior ao volume escoado no mesmo comparativo do ano passado, de acordo com a Secex.
(Fonte: Cepea)