O tomate desempenha um papel significativo na agricultura e na economia do Brasil e posiciona o país entre os dez maiores produtores da hortaliça no mundo. Em 2022, por exemplo, foram produzidas cerca de 3.809.986 toneladas, 22,76% a mais do que em 2001, segundo levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com a Mordor Intelligence – empresa de inteligência de mercado e consultoria – este ano esse mercado deve movimentar US$ 207,17 bilhões e deverá atingir US$ 261,41 bilhões até 2029, crescendo a um CAGR de 4,76% durante o período de previsão (2024-2029).
Para Hugo Rosa, gerente de produtos de nutrição da BRANDT Brasil – empresa de inovação tecnológica focada em fisiologia vegetal, biossoluções e tecnologia da aplicação –, trata-se de um cenário bastante positivo para os produtores de tomate, que é uma das hortaliças mais consumidas em todo o mundo. Ele alerta, porém, que para manter os bons números e assegurar a qualidade do produto que chega às mesas para ser consumido, é necessário se atentar a fatores como o clima e as condições físicas do solo, além de questões como a nutrição proporcionada à cultura durante o manejo.
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“Existem muitos fatores que impactam diretamente no desenvolvimento do tomateiro, como nutrição, fertilidade do solo, condições ambientais, pragas, doenças, entre outros. Entretanto, se a planta está bem nutrida, com sua fisiologia ativa, há mais chances de enfrentar essas adversidades sem perder a qualidade e o potencial produtivo”, explica.
Ainda de acordo com o especialista, os produtores podem alavancar ainda mais a produtividade e, como consequência, a rentabilidade, quando se atentam a fatores como temperatura, por exemplo. “Quando falamos da cultura do tomate, a aparência do fruto impacta muito em sua comercialização e um dos pontos que influenciam nessa característica é a temperatura à qual a planta é exposta”, ressalta Rosa, que acrescenta que “a temperatura ideal para germinação das sementes do tomateiro, segundo a EMBRAPA, situa-se na faixa dos 15 – 25ºC. Já para o desenvolvimento e produção, a planta suporta ampla variação de temperatura (10 – 34ºC). A coloração e a firmeza do fruto do tomate também são muito influenciadas por fatores ambientais. Temperaturas muito baixas ou muito altas tendem a reduzir a síntese do licopeno, pigmento que confere a típica coloração vermelha do fruto. Além disso, as altas temperaturas são facilitadores de doenças”, pontua.
Umidade e preparação do solo
Rosa explica também que quando se fala de umidade, o tomate exige bastante água para seu desenvolvimento. Sendo assim, a limitação em regimes hídricos pode impactar o estabelecimento, o crescimento e formação de frutos de qualidade. “Por outro lado, é importante ressaltar que água em excesso pode ocasionar a morte de raízes em condições anaeróbicas, assim como atraso e perda de prolificidade no florescimento e frutificação. Excesso de água após a frutificação causa desordens severas nos frutos, principalmente rachaduras”, diz o especialista.
“O florescimento também é severamente afetado sob condições de excesso de umidade. A podridão apical também se torna um problema devido à baixa absorção de água, causando diminuição na absorção e distribuição de cálcio. Sendo assim, é fundamental estratégias para a utilização da água na quantidade adequada, pois se trata de uma cultura muito sensível às práticas de irrigação. O déficit hídrico severo pode limitar o crescimento e reduzir os rendimentos, o que não pode ser corrigido após a época de pegamento dos frutos mediante aplicação excessiva de água”, reforça.
Um tomateiro bem nutrido
O cultivo do tomate pode ser feito em qualquer solo que possua características físicas favoráveis ao desenvolvimento da cultura, como por exemplo a boa capacidade de retenção da umidade. “A adubação do solo é essencial para o cultivo, pois fornece os nutrientes necessários em cada estágio de crescimento. Anualmente deve-se realizar análise do solo com o objetivo de identificar deficiências nutricionais e ajustar a adubação conforme a necessidade. Vale ressaltar que o uso de matéria orgânica e compostos vegetais também são importantes, pois proporcionam melhorias na qualidade física e biológica do solo”, pontua Rosa.
“Para buscarmos um tomateiro produtivo, é essencial que a nutrição seja levada a sério, já que o fruto é bastante exigente no que diz respeito à disponibilidade de nutrientes. Desta forma, entender as diferentes etapas do manejo e possuir ferramentas que elevem o potencial produtivo é fundamental para o sucesso. Neste aspecto, a nutrição foliar na cultura do tomate tem acentuada importância, principalmente em lavouras de alto potencial produtivo, nos quais o manejo nutricional adequado é essencial para a manutenção de níveis elevados de produção. Desta forma, a busca por um tomateiro produtivo requer um manejo cuidadoso da nutrição da planta, reconhecendo a demanda por nutrientes essenciais e estímulos fisiológicos que emergem como ferramentas vitais para maximizar o potencial genético e alcançar níveis elevados de produção”, finaliza.
(Com Brandt Brasil)