Técnico da SIA orienta que produtores não esperem o frio para semear e com isso evitar o vazio forrageiro
O outono traz temperaturas mais amenas e também um desafio para os produtores: o vazio forrageiro. É uma época que começa a reduzir o ciclo do campo nativo e que a mudança no clima faz com que as plantas comecem a perder sua força de crescimento. Sem utilizar a tecnologia disponível, alguns produtores acabam com falta de alimento em suas fazendas.
Conforme o gerente Técnico da SIA, Serviço de Inteligência em Agronegócios, Armindo Barth Neto, muitos produtores acabam esperando demais para plantar as pastagens de inverno, especialmente quem trabalha com azevém, e plantam nos meses de maio e junho porque acham que essas pastagens precisam de temperatura mais fria para poder nascer e se estabelecer.
“Este ano está um pouco mais quente, então muita gente acaba segurando, ainda mais que tem pouca semente disponível no mercado, com preços bastante elevados, pela dificuldade de produção no ano passado e pela forte incidência de chuvas que trouxe muita dificuldade de colheita dessas sementes”, relata Barth Neto. Segundo ele, para não errar, os produtores seguraram muito esse plantio para fazer a implementação no período que tem um pouco mais de temperatura baixa.
Para reverter o quadro, ele indica antecipar a implementação das pastagens de inverno, e a dica vale para regiões da metade Sul do Rio Grande do Sul e até para a metade Norte.
“Esta antecipação pode ser feita em meados de março e até mesmo agora, nesse momento que a gente está. Ainda é um bom período para estabelecer as pastagens de inverno, tanto aveia quanto azevém, plantados em separado ou em conjunto. É extremamente importante que a gente implemente essas pastagens, pelo menos parte das áreas, o quanto antes para que se consiga suprir ou começar o pastejo mais cedo e aí a gente tem um impacto menor dessa diminuição das pastagens de verão até entrar nas pastagens de inverno”, detalha o técnico da SIA.
Em termos de economia para o sistema, Armindo Barth Neto ressalta que o produtor ganha implementando a pastagem mais cedo, mesmo que muitos pensem que seja arriscado.
“Por hectare, uma boa pastagem implementada com nível intermediário de tecnologia, a gente consegue acomodar facilmente três terneiros. Eles vão ganhar na casa de um quilo por dia, nestes trinta dias serão 90 quilos produzidos por hectare. Pegando o preço hoje do boi, de R$ 8,20, estamos falando em R$ 738,00 por hectare. O custo de uma pastagem hoje está na média de R$ 1.200,00. Com a antecipação, somente nestes primeiros 30 dias de pastejo já se consegue liquidar aproximadamente 60% destes custos”, calcula o técnico da SIA. Barth Neto finaliza indicando que os produtores devem utilizar este tipo de tecnologia, semear as pastagens mais cedo, para que tenham sempre que possível pasto produzindo folhas verdes, de preferência o ano todo.
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