Mato Grosso é o quarto maior exportador de madeira país e a tendência é melhorar ainda mais com o novo padrão da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para medir a área de vegetação explorada em floresta tropical nativa denominada Prática Recomendada ABNT PR 1020. Com isso, os produtos florestais serão certificados com selo da ABNT e conseguir melhores preços tanto no mercado nacional, e principalmente, para as exportações.
A medida contribui com os empresários e indústrias que atuam na legalidade e tem a madeira rastreada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), da extração na floresta até a venda ao consumidor, como afirmou o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, durante evento na Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).
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“Essa é uma forma do setor mostrar que trabalha com sustentabilidade de forma diferenciada, sempre na vanguarda no país e no mundo. Vamos conseguir abrir novos mercados com essa certificação, valorizar o preço do metro cúbico da madeira e uma economia sustentável”, destacou.
As indústrias mato-grossenses embarcaram no ano passado 190,6 mil toneladas de madeira bruta, serrada e perfilada, que abrange variedades de baixa, média e alta densidade, atestando a qualidade da madeira tropical proveniente das áreas manejadas. O Estado é responsável por 2,29% das vendas externas de madeira no Brasil e por 98% na região Centro-Oeste.
No ano passado, a madeira oriunda do manejo florestal sustentável exportou 46 espécies identificadas e autorizadas pelos órgãos ambientais movimentando US$ 120 milhões. Somente em janeiro deste ano foram exportados US$ 6 milhões. Mato Grosso embarca a madeira em navios para 61 países nos cinco continentes.
O presidente da ABNT, Mario William Esper, destacou que, com a certificação e auditores presentes em 16 países, dentre eles os Estados Unidos e a China, e associada ao selo ISSO, a madeira sustentável de Mato Grosso terá a garantia de uma norma de que foi explorada de forma legal.
“Traz mais consistência, mais estabilidade, principalmente no comércio exterior, porque infelizmente hoje a madeira brasileira tem um preço baixo, porque ela é taxada como ter sido desmatada ilegalmente, que emprega mão de obra escravo, emprega mão de obra infantil. Então esta norma vai estabelecer os procedimentos, as medidas e até onde vai ser utilizada a madeira no final. A norma permite toda essa rastreabilidade, dando mais segurança ao produtor de que a madeira é explorada legalmente e esperamos que o preço da madeira possa agregar valor e ter um preço melhor no exterior”.
A secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, comentou que desde 2018 já foi pensada a ideia de adotar certificação de normas técnicas de padronização da madeira do manejo sustentável. A proposta surgiu durante a transição da primeira gestão do governador Mauro Mendes para resolver o gargalo do setor, que é a base econômica de 44 municípios do Estado.
“A indústria de base florestal representa um segmento que colabora com a conservação e a proteção de mais de 4,7 milhões de hectares de reserva legal do bioma floresta do estado de Mato Grosso. É extremamente relevante fortalecer um setor que concilia a geração de renda, garantia de dignidade social para a população de 44 municípios do estado, mas também tem um papel fundamental na agenda de sustentabilidade. Era preciso criar mecanismos para que a rastreabilidade fosse implementada. Isso é fruto de uma união de esforços entre o poder público para uma agenda consistente que concilia o desenvolvimento econômico com a indústria e o setor ambiental”, pontuou.
O presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras do Estado de Madeira de Mato Grosso (Cipem), Ednei Blasius, comentou que a certificação será fundamental para o setor que reúne 523 indústrias associadas, que geram cerca de 11 mil empregos diretos.
“No ano passado, nós lançamos aqui no estado de Mato Grosso o SISFLORA 2.0, que é a rastreabilidade da madeira de ponta a ponta. O nosso estado é de vanguarda, produzimos uma madeira sustentável, ecologicamente correta, com procedência e legalidade. Com as normas da ABNT serão estabelecidas uma padronização e a certificação para o consumidor que nós temos uma madeira rastreada, e sem nenhuma relação com o desmatamento. O manejo é uma atividade sustentável, então esse é um passo muito importante”, disse.
Para o presidente da Fiemt, Silvio Rangel, o setor madeireiro tem um papel fundamental dentro da economia de Mato Grosso, por gerar empregos e está presente em diversas regiões do Estado.
“Ele desempenha papel fundamental na economia verde, na economia circular, principalmente com o foco na questão do manejo florestal que isso é cuidar da floresta de uma forma diferenciada com respeito à natureza. Esse setor tem um compromisso com a sustentabilidade e a questão da preservação ambiental”.
(Com Secom MT)