O produtor rural brasileiro enfrenta inúmeros desafios dentro e fora do país, bem como, precisa lidar com os ataques sofridos por nações estrangeiras que questionam a forma de produção no Brasil, sem ver a realidade do trabalho no campo nas propriedades rurais do território brasileiro. Mas esses questionamentos e provocações ganham forças quando não há uma defesa firme em prol da classe produtora, por parte do governo.
Dessa forma, é mais do que necessário e urgente, um posicionamento governamental firme diante dos outros países que competem com o produtor rural brasileiro. Os apontamentos foram feitos durante a palestra sobre o meio ambiente que teve as participações do ex-ministro Aldo Rebelo, atual secretário de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo, e Fernando Cadore, presidente da Cooperativa dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Cooprosoja) e ex-presidente da Associação mato-grossense dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MT), na Farm Show, em Primavera do Leste.
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“O Brasil abdicou de certa forma de proteger e defender o seu agricultor. Entregou essa agenda às organizações governamentais internacionais, financiadas por interesses comerciais que querem criminalizar a agricultura do Brasil. Nós temos que proteger o meio ambiente, mas nós temos também que ter coragem para defender o produtor rural brasileiro que não só produz alimento, mas também gera emprego, renda, exporta para o país. Isso é um patrimônio que precisa ser protegido”, cobrou Rebelo.
A palestra foi realizada na noite dessa quarta-feira (13.03). O objetivo, explicou Cadore, é trazer luz para um tema que muitas vezes é alvo de muitas informações que não são verdadeiras, mas que acabam sendo retransmitidas. Enquanto que, na verdade, são informações que resultam em barreiras comerciais travestidas de posições para impedir o desenvolvimento do Brasil, uma vez que essa barreira econômica é confundida com a temática ambiental. Como exemplos, o presidente da Cooprosoja indicou a Moratória da Amazônia, que, segundo Cadore, impede o crescimento e a prosperidade dos municípios.
“O objetivo dessa palestra é mostrar de fato a nossa realidade, trazer alternativas e uma das saídas é o posicionamento governamental firme diante dos outros países que competem conosco na produção de alimentos. Não tem nenhum que se equipara ao Brasil. Precisamos de um governo que se posicione, que coloque o Brasil como líder de produção e líder de sustentabilidade”, complementou Cadore.
Contudo, mudar esse cenário não é um objetivo fácil de ser alcançado. Isso porque, conforme pontuou Rebelo, muitos atores da atual gestão federal, como os órgãos ambientais, elegeram agricultura como um adversário a ser combatido.
“Acho que isso é um profundo erro. [Mudar isso] é uma tarefa política e as eleições é que têm esse papel”, encerrou.
Por (APROSOJA)