Escolher corretamente a cultivar a ser plantada é essencial para reduzir os riscos de perda de produtividade, alerta especialista; parasita pode gerar perdas de R$16,2 bilhões por ano na soja, segundo pesquisa
O fenômeno climático El Niño exerceu influência direta na agricultura brasileira. Sua ocorrência acompanhada pelo excesso de chuvas na região Sul do Brasil e falta delas no início do estabelecimento da cultura da soja na região Centro-Oeste trouxe desafios para o produtor e reduções significativas nas produções dessa commodity estão sendo registradas. Além disso, um problema recorrente e invisível pode ter se ampliado e causará grandes impactos na próxima safra se não manejado adequadamente.
De acordo com Leonardo Levorato Freire, Pesquisador Associado na TMG – Tropical Melhoramento & Genética – empresa brasileira de soluções genéticas para algodão, soja e milho, “duas grandes preocupações dos produtores brasileiros são a presença de fitonematoides em suas áreas e a falta de chuvas ou calor excessivo’’.
O especialista explica que “a combinação de ambos torna esse problema fitossanitário ainda maior, com potencial de ocasionar significativas reduções na produtividade das cultivares. Nessas situações, contar com boa genética, sem dúvida, é um diferencial que pode refletir em grandes produções, com volumes que atendem as expectativas do produtor’’.
Freire também relata que ‘’diversos gêneros de nematoides presentes nos solos brasileiros se apresentam como causadores de redução de produtividade em muitas culturas”. Somente na soja, pesquisas conduzidas pela Sociedade Brasileira de Nematologia apontam que o prejuízo seja superior a R$ 16 bilhões anuais.
Ainda de acordo com o pesquisador, “dentre as alternativas de controle, a resistência genética é a mais eficaz e amplamente utilizada e traz constantemente grandes contribuições para o setor. Isso porque quando se fala em resistência a esses parasitas e outras pragas, diversos genes estão envolvidos para compor um importante arsenal de defesa das plantas’’.
No Cerrado, por exemplo, o nematoide de cisto da soja (NCS), Heterodera glycines, e os nematoides do gênero Meloidogyne spp. se destacam. Em casos que há o parasitismo do NCS a praga deverá batalhar contra um sólido complexo de defesa, regido por genes específicos de resistência, como os herdados de PI88788, que conferem resistência às raças 3 e 14 deste nematoide.
“Hoje, há no portfólio da TMG cultivares resistentes às raças 1, 2, 3, 4, 5, 6, 9, 10 e 14 do NCS simultaneamente”, diz Freire, que acrescenta que a empresa é a “única do mercado a oferecer ao produtor uma cultivar resistente à raça 2, fruto de anos de pesquisa e desenvolvimento”.
Um aliado do produtor, ainda de acordo com o especialista, é a prévia identificação das raças do NCS presentes em suas lavouras. Isso determinará a escolha da melhor cultivar para o ambiente. “Conhecendo as de maior incidência na região, o produto terá em mãos um rico portfólio de cultivares resistentes. Considerando que no ambiente mais de uma raça do NCS esteja presente, cultivares com ampla resistência podem ser de grande valia’’, finaliza Freire.
display: block