- Soja: Destaque para o Brasil e divergência entre USDA e Conab
- Milho: Brasil ganha os holofotes
- Trigo: Mais produção com estoques mais apertados
Soja: destaque para o Brasil e a divergência entre USDA e Conab
De acordo com Pedro Schicchi, analista de Grãos & Oleaginosas da hEDGEpoint Global Markets, “a produção brasileira de soja caiu (-1M ton), mas menos do que o esperado (-3M ton). No entanto, as exportações do país foram aumentadas em 3M ton às custas do esmagamento e dos estoques finais. Por sua vez, as importações chinesas aumentaram nos mesmos 3M ton. Os balanços dos EUA e da Argentina não foram alterados”.
Ainda segundo o analista, “de modo geral, o relatório não forneceu ao mercado evidências suficientes para se movimentar em qualquer direção, em particular os fundos especulativos, que atualmente estão muito vendidos. Ainda assim, embora não tenha sido o relatório mais empolgante, ele também não deixou de apresentar mudanças relevantes. No entanto, os preços não se moveram significativamente. Por quê?”
O mercado provavelmente está em “modo de espera” pelo relatório Intenção de Plantio de 28 de março, quando os agricultores dos EUA irão indicar a quantidade de grãos que pretendem plantar.
Milho: Brasil ganha os holofotes
“O WASDE também não foi o mais agitado para o milho. Assim como na soja, o balanço do grão nos EUA não sofreu alterações. As mudanças na América do Sul, embora presentes, não foram muito fora do esperado. A produção da Argentina foi aumentada em 1M ton, enquanto o mercado esperava estabilidade nos números, fazendo com que as exportações também aumentassem”, observa.
Já o analista Alef Dias pontua: “A mudança mais interessante (que fez com que os estoques mundiais caíssem) veio da Ucrânia. Apesar da menor produção, dada a área ainda 7% não colhida, os esforços do país para aumentar as exportações de grãos pelo Mar Negro estão dando resultado, com as exportações de milho superando os níveis do ano passado nos dois primeiros meses do ano. Consequentemente, a Ucrânia teve um corte de 2,5M mt em seus estoques finais”.
Trigo: mais produção com estoques mais apertados
“Com ajustes marginais em alguns números de produção, o WASDE de trigo foi relativamente calmo. No balanço dos EUA, as exportações foram reduzidas em 15M bu, dado o ritmo de exportação ainda lento observado ultimamente, levando a estoques finais ligeiramente mais folgados – embora o mercado não estivesse esperando uma mudança”, pondera Alef.
“A produção mundial aumentou devido aos ajustes esperados na Austrália, Rússia e Argentina. No entanto, ela foi parcialmente compensada por reduções na UE e na Sérvia, enquanto o maior uso de ração na UE, no Cazaquistão e na Indonésia levou a um aperto marginal nos estoques finais mundiais – abaixo da estimativa mediana do mercado”, diz.
E conclui: “Também é importante observar que, assim como no caso do milho, as exportações de trigo da Ucrânia aumentaram em 1M mt, já que as exportações de trigo se aceleraram ainda mais do que as de milho, ultrapassando os máximos de cinco anos nos últimos dois meses”.
Acesse o relatório completo clicando aqui.
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