Com amplo espaço para fortalecer e promover futuras cooperações, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) inaugurou na última semana, as novas instalações da adidância agrícola na Embaixada do Brasil em Buenos Aires/Argentina. A obra integra o programa de modernização do Ministério em postos no exterior onde há adidos agrícolas, visando ampliar as exportações do agronegócio brasileiro.
“Além de uma relação de irmandade com a Argentina, temos uma relação estratégica na América do Sul. Precisamos trabalhar cada vez mais pela unificação dos países em nossa região. O Mercosul é uma ferramenta importante de integração para fortalecer o multilateralismo. A isso se soma o pedido do nosso ministro Carlos Fávaro para intensificarmos o trabalho com nossos 29 adidos agrícolas, embaixadores do agro brasileiro no mundo, e ampliarmos a presença em mais países. Em breve, faremos novos anúncios”, enfatizou o secretário Roberto Perosa.
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Perspectivas da Borracha
No sábado (9), os representantes do Mapa participaram de uma reunião de trabalho sobre as oportunidades comerciais no setor da borracha e sua cadeia produtiva. O encontro ocorreu no espaço recém entregue e contou com a presença de representantes da Secretaria de Indústria e Desenvolvimento Produtivo da Argentina, da Câmara Argentina da Indústria de Pneus e de empresas importantes do setor.
Um estudo encomendado pelo Mapa foi apresentado, revelando como o Brasil pode expandir ainda mais as exportações desse produto e atender às necessidades do mercado argentino. O Brasil se destaca por uma produção significativa de borracha, caracterizada pela qualidade e pela sustentabilidade.
No último ano, o Brasil exportou mais de US$ 10 milhões em produtos de borracha para a Argentina.
Reuniões com outros países
Na última semana, a delegação do Ministério, liderada pelo secretário-executivo adjunto Cléber Soares e pela adida agrícola Andrea Parrilla, também participou da Expoagro na Argentina, um dos principais eventos agrícolas do país. Durante a feira, que ocorreu em San Nicolas, província de Buenos Aires, também ocorreu a primeira reunião do ano do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), com a presença de ministros da Agricultura dos países do Cone Sul. Neste encontro, Cléber Soares representou o Brasil, apresentando as principais demandas do agronegócio brasileiro e participando da transição da presidência pró-tempore do CAS, que passou do ministro uruguaio Fernando Mattos para o secretário argentino de Bioeconomia, Fernando Vilella.
Os membros do CAS concordaram em intensificar a cooperação regional em pesquisas sobre emissões de gases de efeito estufa, buscando aprimorar as métricas de emissões e mitigações desses gases de modo que reflitam a adoção de práticas produtivas sustentáveis características dessa região. Além disso, apoiaram a candidatura do argentino Luiz Barcos para diretor-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), solicitando apoio do Brasil para obter respaldo de Venezuela e Bolívia. O encontro também abordou temas como sanidade animal, o acordo Mercosul-Europeu, a região ministerial da OMC, e a Convenção de Roterdã, com foco no controle de substâncias químicas perigosas no comércio internacional.
Além dessas atividades, a delegação brasileira teve um encontro bilateral com Diana Mondino, chanceler da Argentina, onde foram discutidos pontos de convergência entre os dois países, reforçando os laços e a cooperação bilateral. A agenda também incluiu visitas técnicas a propriedades rurais argentinas.
Balança Comercial
A Argentina ocupa a sexta posição entre os maiores compradores de produtos agropecuários brasileiros. No último ano, as exportações do Brasil para a Argentina atingiram aproximadamente US$ 3,5 bilhões. Deste total, a soja representa 60%, seguida por produtos florestais com 16%, café 4% e cacau também 4%.
Além disso, a Argentina se destaca como o principal exportador de produtos agrícolas para o Brasil, com um volume de negócios de US$ 3,3 bilhões. Neste intercâmbio, cereais, farinhas e preparações lideram a lista, constituindo 44% do total exportado pela Argentina para o Brasil. Lácteos vêm em seguida, representando 16%, produtos hortícolas 12% e frutas 6%.
Por (Agencia Brasil)