Wanderson Dutra Gresele é administrador, docente na Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste) e se tornou um especialista no assunto sobre o desempenho do cooperativismo. Há mais de uma década se dedica a estudar o movimento e o crescimento
A admiração pelo sistema passa de geração em geração. “É uma história que faz parte da minha família. Meus avós eram cooperados da Coopervale, hoje C.Vale, e desde muito jovem me interessei por acompanhar a trajetória das cooperativas na nossa região”, conta.
O professor acompanha planilhas, desenvolve gráficos e não esconde o orgulho com os resultados demonstrados. “Entre as mil maiores empresas do Brasil ranqueadas pelo Valor 1000 (ranking do Jornal Valor Econômico), cerca de 100 são voltadas ao agronegócio. Dessas, 43 são cooperativas”, destaca Gresele.
Das 20 maiores cooperativas do setor, 12 estão no Paraná. São elas:
1 – Coamo Agroindustrial Cooperativa
2 – C.Vale Cooperativa Agroindustrial
3 – Lar Cooperativa Agroindustrial
4 – Cocamar Cooperativa Agroindustrial
5 – Cooperativa Integrada
6 – Cooperativa Agrária Agroindustrial
7 – Castrolanda Cooperativa Agroindustrial
8 – Frísia Cooperativa Agroindustrial
9 – Cocari Cooperativa Agropecuária e Industrial
10 – Coopavel Cooperativa Agroindustrial
11 – Coasul Cooperativa Agroindustrial
12 – Capal Cooperativa Agroindustrial
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Ativos demonstram potência
Outros dados que revelam a força do cooperativismo no Paraná sãos os ativos. O pesquisador apontou um levantamento que mostra a dimensão desse crescimento, a partir das 7 principais cooperativas instaladas na região Oeste do Estado. Em 2019 Coamo, C.Vale, Lar, Copacol, Copavel, Copagril e Primato somavam R$ 30 bilhões em ativos, ou seja, em investimentos dos produtores. Em 2023 o valor saltou para R$ 63 bilhões, um crescimento de mais de 100%.
Com base nos ativos, em cinco anos as cooperativas mais do que dobraram de tamanho:
A Coamo cresceu 74%; a C.Vale 120%, a Lar 171%, a Coopagril 52%, a Primato 143%, a Coopavel e Copacol 100%.
Sobras que fazem o produtor sorrir
Assim como os ativos, as sobras, recurso que é destinado aos cooperados de acordo com as operações realizadas, acompanharam a evolução. Em 2019 a distribuição das sobras das sete principais cooperativas do Oeste do Paraná (C .Vale, Coamo, Coopavel, Copacol, Copagril, Lar e Primato) chegou a R$ 1,5 bilhão. Em 2023 o volume foi muito maior, atingido a marca de R$ 3,8 bilhões. Um salto de 148%.
“Esse crescimento é a demonstração de finanças sustentáveis. É quando o resultado faz com que a instituição cresça a ponto de fazer uma reserva financeira que garante segurança e para encarar os desafios e grande poder de investimentos. O sucesso do cooperativismo no Paraná consolida a eficiência do modelo de gestão”, observa o pesquisador.
Pontos que fazem a diferença
Gresele também observa outros pontos que são fundamentais. “As cooperativas aprenderam a fazer a sua reserva, além de ter obrigações com os próprios sócios. Do outro lado, os cooperados encontram segurança nas cooperativas. Ao longo dos anos as empresas descobriram o grande segredo de agregar valor ao produto. Tirar o grão daqui e comercializar fora tem um tipo de resultado, mas agregar valor, processando o grão, fazendo proteína e entregando um produto final lá fora, executando a cadeia completa é a grande jogada e justificativa para o grande boom cooperativo”.
E quanto mais pessoas, maior o resultado. Isso é o cooperativismo.