A chamada agricultura de precisão, que engloba soluções e equipamentos para sensoriamento e automação, deve crescer 83,5% até 2030. Empresas brasileiras como a Selgron, indústria de soluções para o agro, já adota inteligência artificial em diversas soluções e reforça presença dentro e fora do país
Com um crescimento de 12,5% só no primeiro semestre de 2023, o agronegócio foi o grande responsável por impulsionar o PIB brasileiro – onde representa mais de 24% da arrecadação. Mais do que a produção alimentícia, a “porteira para fora” também ajuda no crescimento. É nesta fase de finalização do produto para consumo que a indústria brasileira de apoio expande, com a oferta de maquinários e tecnologias para alavancar a produtividade e a qualidade final dos alimentos.
Soluções de automação, da identificação e classificação de produtos e embalagem, fazem parte da chamada agricultura de alta precisão, que deve crescer 83,5% no país até 2030. Os dados são da consultoria Markets & Markets.
No Brasil, a Selgron é um exemplo de indústria que expande sua presença de mercado a partir desse conceito. Com presença em mais de 40 países, a companhia tem no portfólio equipamentos para automatizar a indústria: vai da classificação de grãos à embalagem e paletização, passando por etapas de detecção de metais, empacotamento e agrupamento de produtos,além de dosadores e controladores de peso.
Para fortalecer a atuação na agricultura de precisão, a Selgron investe em tecnologia de ponta.
“A inteligência artificial é um exemplo que tem feito sucesso nas nossas máquinas. A nossa Selecionadora ES, por exemplo, conta com câmeras com tecnologia full color que fazem o escaneamento dos grãos que passam pela câmara de leitura e jatos de ar separam aqueles identificados como fora do padrão. Com o software de programação, com seis níveis de sensibilidade de cores e quatro de inteligência artificial, em que o padrão do grão desejado é inserido no sistema, a empresa pode selecionar diversos padrões e garantir agilidade nesta etapa produtiva. Para o arroz, também utilizamos esse tipo de tecnologia na CS-rice, que automatiza a classificação do grão que chega do produtor para a indústria”, diz Jaderson Theiss, gerente de Novos Negócios.
Outras inovações que a empresa implementou podem ser vistas na área de separação de produtos em grandes indústrias do agro, como arroz e café. O detector de metais da Selgron faz uma varredura nos pacotes de produtos que passam pela esteira, evitando que qualquer corpo estranho que possa ter passado pelo processo de embalagem chegue ao consumidor final.
“O agronegócio brasileiro é reconhecido globalmente e a digitalização das etapas após a produção são cruciais para elevar a produtividade e a qualidade, bem como a segurança ao consumidor. Existe um potencial muito grande de crescimento e ter marcas brasileiras trazendo soluções como essa faz a diferença para a automação com um custo-benefício interessante e proximidade do parceiro de negócios na implementação das soluções”, avalia Jaderson.
Para 2024, o agro deve ser marcado por mais estabilidade de crescimento – o que reforça a importância de “arrumar a casa” com uma gestão de recursos mais eficiente e maior automação para aumento da produtividade. Ainda assim, os números devem manter-se em crescimento, sustentados pela demanda global. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a produção mundial de alimentos precisa aumentar em 70% até 2050 para garantir o abastecimento populacional global, que deve chegar à casa dos 10 bilhões de habitantes.
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