40 mil doses de sêmen da raça Gir Leiteiro foram exportadas para a Índia, país de origem da raça
Participante frequente da lista dos maiores exportadores do agronegócio mundial, o Brasil tem agora mais um motivo para comemorar: a maior exportação de sêmen bovino do país para a Índia acaba de ser concretizada. A Alta, líder mundial no mercado de melhoramento genético bovino, que em território nacional tem sede em Uberaba (MG), realizou a exportação de 40 mil doses da raça Gir Leiteiro para o país asiático, considerado o maior produtor mundial de leite.
As tratativas tiveram início em 2020, com duas visitas de membros do governo da Índia até a sede da Alta, para escolher os touros.
“Os indianos queriam animais especiais e enxergaram na Alta, juntamente com uma série de criadores, esse potencial. Hoje, eles estão importando com a gente porque querem melhorar o rebanho deles. Além disso, acabamos de abrir um grande caminho para a pecuária brasileira e, com certeza, eles serão grandes importadores”, pontua o diretor da Alta Brasil, Heverardo Carvalho.
Ainda segundo Carvalho, a variabilidade genética dos animais e o reconhecimento do mercado pela qualidade oferecida contribuíram para o sucesso das negociações.
“Atualmente, mais de 500 touros estão em coleta na Central Alta, em Uberaba (MG), sendo mais de 300 animais de raças zebuínas. Temos uma diversidade muito grande para oferecer, de acordo com cada plano genético, cada sistema de produção”, afirma.
A quebra desse recorde de exportações representa um marco para a agropecuária brasileira, é o que afirma o gerente de Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez.
“A iniciativa marca uma significativa abertura de mercado para o comércio exterior do Brasil, comprovando a qualidade genética dos animais desenvolvidos aqui e, sobretudo, os rigorosos critérios que atendem para integrarem a bateria Alta, situação que renderá novas negociações e a expansão da pecuária leiteira”, comenta.
Para a supervisora de Comércio Exterior da Alta, Flávia Paschoal, essa exportação significa que a agropecuária brasileira entrou em uma nova Era.
“Produzimos de acordo com o protocolo sanitário entre Índia e Brasil. O Brasil é pioneiro no melhoramento genético de raças zebuínas e preenche os critérios de seleção da Índia, mostrando todo o nosso diferencial”.
Atualmente, uma a cada três doses de sêmen produzidas, comercializadas e exportadas são da Alta Brasil, que já exporta para mais de 15 países da América Latina, África e Ásia.
Sêmens foram coletados de 4 touros da bateria da Alta
Com o intuito de escolher os animais adequados, foram realizadas seleções respeitando as exigências do mercado indiano, como temperamento, genotipagem de Beta-Caseína A2A2 e diferenças entre famílias.
“Ivã de Brasília foi líder de sumário de 2019 e um dos touros que mais comercializou sêmen da raça Gir Leiteiro no Brasil. O Haroldo Genipapo, um reprodutor provado, é líder em temperamento e em facilidade de ordenha. O Trovão Santa Edwiges se mostra na liderança, com estrutura corporal e produção de leite. Por fim, temos o Espetáculo, com uma genética consagrada, com vários anos de história”, explica o gerente de Leite Nacional da Alta.
Exportações brasileiras em 2023
De acordo com os dados mais recentes do Index Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial), de janeiro a setembro de 2023, o Brasil exportou 252.598 doses de sêmen para aptidão leite e 348.692 doses para aptidão corte, para 24 países de diversos continentes, como América do Sul, América do Norte e África.
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