Em um país cuja agropecuária desempenha um papel fundamental na economia, a diversidade de raças de gado reflete não apenas a riqueza genética, mas também na capacidade de adaptação ao clima tropical.
Entre as raças que ocupam o território brasileiro, o Nelore é considerado a raça mais proeminente. De acordo com a revista EXAME a raça reconhecida pela pelagem branca representa mais de 80% do rebanho nacional. Sua resistência ao calor tropical e sua adaptabilidade faz com que a sua presença seja notável nos pastos brasileiros. No entanto, ao explorar esse cenário bovino, nos deparamos com uma gama extensa de raças, cada uma com suas características distintas e contribuições únicas para a produção de carne de qualidade.
Explorando desde a elegância britânica do Angus até a impressionante robustez adaptativa do Brahman, o Brasil se destaca como um notável produtor de mais de cinco raças de bovinos de corte.
Essa diversidade genética não apenas confere ao país uma posição privilegiada na produção de carne bovina, mas também impulsiona a conquista de números expressivos, de acordo com a conab, o Brasil produziu cerca de 9,71 milhões de toneladas em carcaça equivalente só no ano de 2023.
Essa impressionante produção coloca o Brasil consistentemente na liderança do ranking dos maiores produtores de carne do mundo.
Nelore
O Nelore, uma das raças bovinas mais produzidas do Brasil, desempenha um papel crucial na pecuária nacional. Originária da Índia, mais especificamente da região de Ongole, essa raça foi trazida para o Brasil durante o período colonial pelos portugueses, contribuindo significativamente para a formação do rebanho bovino brasileiro.
Imagem: Fernanda Lazzarini Fernandes – Rehagro.
O Nelore, é conhecido por sua adaptabilidade a climas tropicais e resistência a condições desfavoráveis, foi introduzido no Brasil no século XVIII. Sua chegada trouxe consigo características genéticas que se mostraram essenciais para enfrentar as adversidades climáticas e sanitárias típicas do território brasileiro.
Ao longo dos anos, o Nelore conquistou seu lugar de destaque na pecuária brasileira, tornando-se a raça mais numerosa do país. Sua importância está intrinsecamente ligada à sua capacidade de adaptação a ambientes tropicais, resistência a parasitas e doenças comuns na região, além de sua habilidade materna.
Essas características fazem do Nelore uma escolha popular entre os criadores brasileiros, especialmente em áreas de pastagem extensiva.
Imagem: Fernanda Lazzarini Fernandes – Rehagro.
O Nelore se destaca por diversos atributos, sua adaptabilidade excepcional a ambientes tropicais, resistência a parasitas e habilidade materna eficiente o tornam um componente fundamental na pecuária brasileira.
Além disso, a eficiência na conversão alimentar, capacidade de ganho de peso, longevidade e rusticidade fazem do Nelore uma escolha estratégica para produtores, enquanto sua participação em programas de cruzamento contribui para aprimorar características desejáveis em outras raças, solidificando sua importância no cenário da produção de carne no país.
Sua carne, apesar de ser mais magra em comparação com algumas raças britânicas, é reconhecida pela sua suculência e sabor marcante. Em resumo, o Nelore desempenha um papel fundamental na pecuária brasileira, proporcionando não apenas resistência e adaptação, mas também contribuindo para a excelência da produção de carne bovina no Brasil e consolidando a posição do país como um líder global no setor.
Angus
O Angus, uma das raças bovinas mais renomadas, tem sua origem na Escócia. Com uma história que remonta ao século XVIII, essa raça britânica chegou ao Brasil em meados do século XX, trazendo consigo uma tradição centenária de qualidade de carne e adaptação eficiente a diferentes ambientes.
A importância da produção de Angus no Brasil é notável, especialmente devido à sua contribuição para aprimorar a qualidade da carne bovina no país. Reconhecida por seu marmoreio excepcional, que confere suculência e sabor à carne, a raça Angus destaca-se em sistemas de produção que visam atender aos padrões mais exigentes de qualidade.
Seu papel é crucial em programas de cruzamento, nos quais a raça é frequentemente utilizada para melhorar características como maciez, textura e sabor da carne.
Imagem: Fernanda Lazzarini Fernandes – Rehagro.
O diferencial do Angus vai além das características organolépticas, abrangendo sua adaptabilidade a diferentes climas e sistemas de produção. A pelagem curta e escura, aliada à resistência a condições adversas, torna o Angus uma escolha versátil para produtores brasileiros que buscam conciliar qualidade de carne com adaptabilidade.
Assim, o Angus desempenha um papel significativo na diversificação genética e no aprimoramento da excelência na produção de carne bovina no Brasil.
Imagem: Rafael Neiva Assunção – Rehagro.
Criação do gado Angus pelo Brasil
O Angus, uma raça bovina altamente valorizada, encontrou presença significativa em várias regiões do Brasil, contribuindo para a diversidade e excelência na produção de carne.
O Rio Grande do Sul, tradicionalmente reconhecido pela criação de Angus, destaca-se como uma das principais regiões, oferecendo um clima temperado e pastagens propícias para o desenvolvimento da raça. Santa Catarina, seguindo a tradição gaúcha, também apresenta condições ideais para a criação de Angus, atraindo criadores que buscam aprimorar a qualidade da carne produzida na região.
Outra região notável na criação de Angus é o Paraná, onde as características da raça são valorizadas por produtores comprometidos com a produção de carne de alta qualidade. Em São Paulo, alguns criadores têm adotado a raça, contribuindo para a expansão da presença do Angus e para o atendimento da demanda crescente por carne premium.
Em Mato Grosso do Sul, a criação de Angus tem ganhado destaque, principalmente em sistemas de cruzamento industrial, onde a raça é incorporada para melhorar a qualidade da carne produzida na região. Mesmo em Minas Gerais, fora do tradicional domínio sulista, a criação de Angus tem sido adotada por alguns produtores, diversificando a pecuária na região e atendendo aos padrões exigentes de qualidade da carne.
Assim, a presença do Angus no Brasil se estende por várias regiões, refletindo o reconhecimento de suas vantagens na produção bovina nacional.
Brahman
O Brahman, originário dos Estados Unidos, tem raízes que remontam à Índia, em que a raça se desenvolveu a partir de cruzamentos de diversas linhagens zebuínas. Chegando ao Brasil na década de 1930, o Brahman rapidamente se adaptou ao território nacional, especialmente em regiões de clima tropical.
A importância da produção do Brahman no Brasil é notável devido às suas características adaptativas. Sua origem zebuína confere resistência a altas temperaturas, resistência a parasitas e adaptabilidade a ambientes mais desafiadores, características cruciais para a pecuária tropical brasileira. A raça tem se destacado em regiões em que o estresse térmico é comum, tornando-se uma escolha estratégica para produtores que buscam eficiência em climas adversos.
Bovinos brahman: Fonte: Portal DBO
O diferencial do Brahman vai além da adaptabilidade, a raça é reconhecida por sua habilidade materna, longevidade e precocidade reprodutiva. Além disso, sua carne é apreciada por sua suculência e sabor, conquistando espaço no mercado nacional e internacional.
O Brahman também desempenha um papel significativo em programas de cruzamento, sendo frequentemente utilizado para aprimorar características como resistência e adaptabilidade em rebanhos de outras raças.
Regiões de criação do gado Brahman no país
O Centro-Oeste brasileiro, abrangendo estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, destaca-se como uma das principais regiões de criação de Brahman, beneficiada por vastas extensões de pastagens e condições propícias à pecuária. Além disso, o Nordeste, especialmente em estados como Bahia, Maranhão e Piauí, também testemunha a presença expressiva dessa raça, aproveitando-se de sua resistência ao calor e adaptação a ambientes mais quentes.
A disseminação do Brahman nessas regiões contribui não apenas para a diversidade genética do gado brasileiro, mas também para a sustentabilidade e eficiência na produção de carne em condições tropicais.
Senepol
O Senepol é uma raça bovina de origem caribenha, mais especificamente proveniente da ilha de Senepol, em São Cristóvão e Nevis. Desenvolvida por cruzamentos entre gado africano N’Dama e europeu, principalmente Red Poll, a raça ganhou destaque por suas características adaptativas a climas quentes e resistência a parasitas.
A introdução do Senepol no Brasil ocorreu nas últimas décadas do século XX, e desde então a raça tem conquistado espaço na pecuária brasileira. Sua importância na produção nacional está relacionada a diversos fatores.
O Senepol é reconhecido por sua adaptabilidade a ambientes tropicais, sendo capaz de lidar eficientemente com o calor característico do Brasil. Sua pelagem curta e clara contribui para minimizar o estresse térmico, sendo uma importante caracteristica em regiões de clima quente.
Gado senepol. Fonte: Embrapa
Além disso, o Senepol é apreciado por sua precocidade reprodutiva e facilidade de manejo. As fêmeas apresentam boa habilidade materna e costumam ter partos fáceis. O rápido ganho de peso e a eficiência alimentar também são características marcantes, contribuindo para a produção eficiente de carne.
O diferencial do Senepol está na combinação de resistência, adaptabilidade e qualidade de carne. Sua carne é reconhecida por ser macia e saborosa, atendendo aos padrões exigentes dos consumidores. A raça também tem sido utilizada em programas de cruzamento para melhorar características de outras raças, oferecendo uma contribuição significativa para a diversificação e aprimoramento do cenário pecuário brasileiro.
Assim, o Senepol desempenha um papel relevante na pecuária nacional, especialmente em regiões com condições climáticas
Gado senepol nas regiões brasileiras
A criação da raça Senepol tem ganhado destaque em diversas regiões do Brasil, refletindo a versatilidade e adaptabilidade dessa raça bovina. No Centro-Oeste, em estados como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, assim como no Distrito Federal, a presença expressiva de Senepol destaca-se pela capacidade da raça em enfrentar as condições climáticas quentes e desafiadoras da região.
Na região Nordeste, em estados como Bahia e Maranhão, onde as condições climáticas podem ser particularmente adversas, o Senepol tem sido adotado por produtores que buscam um gado resistente ao calor e a parasitas, contribuindo para a pecuária local.
No Sudeste, em estados como Minas Gerais e São Paulo, a criação de Senepol tem conquistado espaço, evidenciando a apreciação por suas características adaptativas e pela qualidade da carne produzida. Mesmo em regiões Norte, como Tocantins e Rondônia, a presença do Senepol tem sido observada, embora em menor escala, destacando sua capacidade de adaptação a diferentes ecossistemas tropicais.
A expansão da criação de Senepol em distintas regiões do Brasil ressalta não apenas a eficiência adaptativa da raça, mas também sua contribuição para a produção de carne de qualidade. Com sua versatilidade, resistência e capacidade de enfrentar desafios climáticos, o Senepol continua a desempenhar um papel relevante na diversificação e aprimoramento da pecuária brasileira.desafiadoras.
Sindi
O Sindi é uma raça bovina originária do Paquistão, mais especificamente da região de Sindh. A introdução do gado Sindi no Brasil ocorreu na década de 1950, quando alguns exemplares foram importados para avaliação de suas características em diferentes ambientes brasileiros.
Gado sindi. Fonte: abcz
A importância da produção da raça Sindi no Brasil está relacionada às suas características adaptativas e à capacidade de se desenvolver bem em condições adversas, como altas temperaturas e ambientes áridos. A resistência ao calor é uma das principais vantagens dessa raça, tornando-a adequada para regiões com climas tropicais, comuns em várias partes do Brasil.
O diferencial do Sindi está, portanto, em sua adaptabilidade a condições desfavoráveis, o que o torna uma escolha estratégica para produtores que enfrentam desafios climáticos específicos.
A raça Sindi é reconhecida por sua rusticidade, eficiência reprodutiva e boa capacidade de adaptação a diferentes sistemas de manejo. Embora não seja uma das raças mais numerosas no Brasil, o Sindi desempenha um papel importante em programas de cruzamento para aprimorar características adaptativas em rebanhos de outras raças.
Assim, sua contribuição para a diversificação genética e para a produção de gado adaptado a ambientes tropicais é significativa.
Criação do gado Sindi no Brasil
A criação da raça Sindi no Brasil é mais significativa em regiões que enfrentam condições climáticas desafiadoras. Dentre as principais regiões criadoras do Sindi, destacam-se aquelas com climas tropicais e adversidades ambientais, onde a resistência ao calor e a adaptação a ambientes áridos conferem vantagens.
O Nordeste do Brasil é uma das regiões mais propícias para a criação de Sindi, especialmente nos estados que compreendem o Polígono das Secas, como Bahia, Pernambuco e Ceará. Nessas áreas, o clima é predominantemente quente e seco, a resistência ao estresse térmico e a capacidade de lidar com condições áridas tornam o Sindi uma escolha estratégica para produtores que buscam gado adaptado a ambientes semiáridos.
Além do Nordeste, algumas regiões do Centro-Oeste e Norte do Brasil também têm presença de criação de Sindi, especialmente em áreas com características climáticas similares. Estados como Tocantins e Goiás, por exemplo, têm adotado a raça Sindi, reconhecendo suas vantagens adaptativas e sua contribuição para a sustentabilidade da pecuária em condições tropicais e adversas.
Conclusão
A diversificação de raças bovinas no Brasil desempenha um papel crucial na pecuária, considerando a vasta extensão territorial e a diversidade ambiental do país. Com climas que variam desde tropicais até temperados, diferentes regiões apresentam desafios específicos para a criação de gado.
A presença de uma variedade de raças de gado possibilita aos produtores selecionar animais adaptados às condições locais, como resistência ao calor, capacidade de lidar com pastagens específicas e adaptação a diferentes tipos de manejo.
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Autora: Fernanda Lazzarini – Equipe Corte Rehagro