Empresas e indústrias geradoras de resíduos líquidos encontram na modalidade de tratamento offsite uma alternativa que atende à legislação, proporciona economia e contribui para a preservação ambiental
Numa leitura oportuna e contemporânea do princípio de que na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, do químico francês Antoine Laurent Lavoisier, é fundamental o tratamento correto dos efluentes industriais e seu reaproveitamento e reciclagem, de modo a evitar a contaminação do solo e de mananciais hídricos, reduzir a emissão de gases de efeito estufa e converter passivos ambientais em produtos de valor agregado.
No entanto, a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre) estima que cerca de 60% desses resíduos líquidos gerados pelas indústrias no País ainda sejam despejados em redes de esgotos e corpos hídricos sem nenhum tratamento.
“Os danos ambientais decorrentes dessa negligência são relevantes. Além disso, as empresas que fazem o descarte irregular podem ser legalmente punidas, autuadas com pesadas multas e expostas de modo negativo à opinião pública, com prejuízos à sua imagem e reputação”, pondera Lívia Baldo, especialista em gestão de resíduos e gerente da Tera Ambiental, empresa com foco na valorização e transformação de resíduos orgânicos líquidos e sólidos.
Uma solução eficaz, economicamente mais viável e legalmente correta para solucionar o problema, segundo ela, é a contratação de serviços terceirizados especializados, principalmente quando englobam o reaproveitamento total dos resíduos.
“Assim, além de cumprir a lei, a indústria contribui para mitigar o aquecimento terrestre, promove a preservação ambiental, a saúde pública e participa de um ciclo virtuoso de economia circular”, ressalta.
Lívia explica que o processo de reciclagem de efluentes industriais, como ocorre na Tera Ambiental, se dá por meio de um sistema eficaz, onde os resíduos gerados são totalmente reaproveitados. De um lado, a água remanescente do tratamento adequado (efluente tratado) é lançada no Rio Jundiai, abastecendo, mais adiante, as cidades do entorno. De outro, o lodo gerado no processo de tratamento é transformado em fertilizante orgânico, por meio da compostagem em larga escala, sendo utilizado para a adubação de diversas culturas agrícolas e jardins.
“Neste ciclo percebemos que se concretiza o conceito de que nada se perde, tudo se transforma”, enfatiza a especialista.
A Tera sugere às indústrias a modalidade offsite, na qual os efluentes são recolhidos no local da geração e transportados com segurança para estações de tratamento. Esse modelo é eficiente, seguro, atende às exigências legais e proporciona significativa economia, pois a empresa geradora não precisa arcar com despesas de construção, compra de equipamentos e operacionalização de uma unidade de tratamento.
Dentre as vantagens do tratamento offsite estão: garantia de que os resíduos estão sendo descartados adequadamente, evitando a corresponsabilidade legal em casos de geração de passivos ambientais; possibilidade da gestão focar totalmente no escopo principal do negócio; eliminação de imprevistos e acidentes ambientais que podem ocorrer nas estações de tratamento; todos os riscos operacionais são assumidos pelo terceirizado; e redução de custos trabalhistas, não havendo necessidade de contratação de mão de obra.
“Mais do que um requisito imposto pela nossa legislação, o tratamento de efluentes é uma prática de responsabilidade ecológica e uma forma de investimento, pois a empresa amiga do ambiente cumpre a lei, atua de modo sustentável e ganha o respeito e a fidelização do consumidor, indiretamente revertidos em lucro”, finaliza Lívia Baldo.
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